Nós já temos tantos problemas de verdade para conhecer, compreender e encaminhar
soluções corretas e alguns companheiros colocam ao lado de questões de verdadeiramente
relevantes o fato de um artigo da presidente Dilma ter sido publicado na FOLHA.
Mio Dio del cielo! Quella mancanza di servizio ...
Alegam que “Dilma
apanhou tanto da Folha” que não deveria usar o jornal dos Frias a propósito
do ano novo; que “Dilma enxerga a mídia
ao velho modo – jornais e revistas impressos, rádios e televisão” e que ignora
a internet.
As criticas irracionais atingiram até os que
compreendem a publicação do artigo na Folha, que passam a ser qualificados de detentores
de um modelo mental obsoleto. Os imbecis que criticaram o uso da FOLHA talvez nunca
tenham ouvido a expressão “convergência
Midiática”, nem
ouviram falar em Henry Jenkins.
A convergência
midiática é um conceito desenvolvido por Jenkins e designa uma tendência
que os meios de comunicação tradicionais definitivamente aderiram a um processo
de adaptação à internet, ela consiste em usar este suporte como canal para
distribuição de seu conteúdo.
Em outras palavras, o conteúdo
publicado na FOLHA por conta da convergência está viralizado[1]
na web, em blogs, sites, no Facebook, twitter, etc. Creio que quem está
raciocinando de forma analógica não é Dilma, mas esses os críticos cheios de
ressentimento “fora de hora” e
revanchismo demodê.
Não sei quantas pessoas lêem a Folha, mas por conta da
convergência midiática li o artigo publicado na FOLHA num grupo no Facebook e o
compartilhei em vários outros grupos e no twitter.
Não
importa quantas pessoas leram o artigo na FOLHA ou quantos se deixarão se convencer
pelo conteúdo do artigo, o que importa é o uso de todos os espaços públicos,
privados, físicos ou virtuais de difusão de idéias, para o debate republicano e
democrático.
Outro
de raciocínio analógico qualificou o uso da FOLHA como “a burrada do ano”, pois o jornaleco dos FRIAS teria sido desleal quando publicou
uma ficha falsa de Dilma, escreveu editoriais desaforados contra ela e alimentou
os golpistas, tudo isso é verdade, assim como é verdade que a resistência contra
o golpe “insuflado por jornalões e
revistonas” ocorreu via web, mas e daí? Vencemos 2014 e 2015 e Dilma nos dá
conteúdo para circularmos na web e usa a FOLHA como plataforma.
A
mídia tradicional tentou destruir a imagem de Dilma e de seu governo, mas
falhou. A Presidente da Republica segue sendo quem foi eleita democraticamente
em 2014, apesar dos esforços da FOLHA, ESTADÃO, O GLOBO, VEJA, etc.
Também
é irrelevante saber quem lê a Folha hoje, ou quantos jornais a Folha vende nas
bancas, ou se a presidente resolveu falar aos paulistanos. Fato é que ela usou
uma plataforma tradicional e falou com autoridade de sua confiança no futuro e
deixou claro que o Brasil, sob sua presidência, é maior que interesses privados
ou revanchismos de natureza juvenil.
Dilma não precisa vir a público agradecer àqueles
que em 2015 foram às ruas para que a democracia fosse respeitada no Brasil, a
História o fará e Dilma e sua coragem também são agradecimento suficiente, por
fim a aliança com as ruas está consolidada nos valores republicanos das
bandeiras que empunhamos e Dilma honra.
No momento certo ações
de governo, orientadas pela legalidade e elevado espírito público, dirão à
grande mídia e às grandes fortunas que não conseguirão arrancá-la do poder
ninguém quem lá o povo colocou. Na presidência da República não há espaço para
mágoas, pois há muito a ser feito para mantermos e ampliarmos as conquistas.
Dilma não “lambe a mão que a apedreja”, ela se coloca acima dos golpistas e ao lado do
povo, especialmente porque seu governo dá sinais de que voltará
aos trilhos, retomando o modelo de desenvolvimentista, reabrindo o diálogo
válido com a sociedade.
[1] Termo usual da internet que designa a ação de fazer com que algo se
espalhe rapidamente, semelhante ao efeito viral.
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