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Mostrando postagens de setembro, 2014

'Hannah Arendt', o filme de Von Trotta

"A dificuldade de condensar num filme uma vida na qual o desenrolar do pensamento tem importância constitutiva que levou  Von Trotta  a mudar o plano original. Optou por fazer um recorte e escolheu um período da vida de  Arendt  caracterizado pelas confrontações suscitadas por seu livro  Eichmann em Jerusalém - um relato sobre a banalidade do mal  (1963-1965). No seu entender, a confrontação prestava-se a dar foco, permitindo traduzir em linguagem cinematográfica quem foi  Arendt ",   escreve  Celso Lafer , professor emérito do Instituto de Relações Internacionais da  USP , em artigo publicado no jornal  O Estado de S.Paulo , 21-07-2013. Eis o artigo: Fui assistir ao filme sobre  Hannah Arendt , da diretora  Margarethe von Trotta , com a sempre presente dedicação de estudioso da obra da grande pensadora e com a curiosidade de ver, como antigo aluno, como ela foi, ao mesmo tempo, representada e apresentada. A atriz  Barbara Sukova , que faz o papel principal, estud

Na ONU a presidenta baliza os fundamentos da política externa brasileira

Compartilho com os amigos do blog esse belo artigo de  Joana Saragoça publicado no blog  http://www.zedirceu.com.br/ by Joana Saragoça Foi um dos mais afirmativos de nossa diplomacia nos últimos tempos o discurso feito hoje pela presidenta Dilma Rousseff, em Nova York, na abertura da 69ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. A presidenta relembrou aos lideres dos quase 200 países membros da ONU as conquistas do Brasil dos últimos anos e a nova posição em política externa e a projeção alcançada pelo país no sistema internacional. Preocupada com a economia mundial e com a funcionalidade da maior organização multilateral mundial, a presidenta Dilma alertou  para importância da participação dos países em desenvolvimento também nos fóruns econômicos internacionais. Ela cobrou, ainda, um Conselho de Segurança permanente da ONU mais ampliado, para que seja mais representativo e legitimo, e que consiga efetivamente ajudar na superação dos conflitos mundiais de toda natur

ELOGIO A ROBERTO AMARAL

A notícia de que o PSB, que hospeda a candidata à Presidência Marina Silva, estaria a viver guerra interna a dez dias das eleições, pois o vice da chapa ao Planalto, Beto Albuquerque estaria a liderar um motim contra a votação do Diretório Nacional marcada para a próxima semana e contra Roberto Amaral me chamou atenção de forma negativa e preocupante. Por que? Porque conheço Roberto Amaral e sei da sua importância para a esquerda no país. Após a minha saída do PT em 1991 foi o PSB, através dele, de Carlos Siqueira e Gilson Menezes que fui acolhido entre os socialistas. Fui acolhido e tive o privilégio de conhece-lo e conviver com Roberto Amaral e através dele conheci e convivi validamente com Miguel Arraes, Jamil Haddad, Rodrigo Rollemberg, dentre outros. Chegamos a trazê-lo para uma conferência organizada pelo PSB. O evento ocorreu no Salão Vermelho da Prefeitura de Campinas e reuniu a militância socialista, sua palestra foi, numa palavra, espetacular. Foi Roberto Am

SOBRE O MORALISMO LACERDISTA (ou o verdadeiro combate à corrupção)

Apenas a esquerda pode representar a luta genuína de combate à corrupção, diferenciando-a do moralismo lacerdista que presenciamos hoje no país, especialmente promovido pela revista VEJA. Ver herdeiros e sucessores da velha UDN defender o combate à corrupção é de fazer rir.  Essa gente não é honesta, são corruptos e corruptores desde o início da nossa História.  O que esses senhores fazem é usar a bandeira do combate à corrupção de forma moralista e não honesta, da mesma forma que a velha UDN usava, da mesma forma que Carlos Lacerda fez nos anos 50 e inicio dos anos 60. Não podemos esquecer que a UDN foi sucedida pela ARENA e depois pelo PDS, PFL, PSDB, DEM, PP, parcela PSD, dentre outros. Até parcela do antigo PCB, o PPS, foi cooptado. Por que estou escrevendo sobre isso? Porque toda a alegada corrupção de filiados ou pessoas próximas ao PT, ao longo de seus 12 anos de governo só foi investigada, julgada e punida graças ao próprio PT. Pois, ao contrário do que se

FHC e Serra Capo di tutti i capi?

FHC e Serra são capo di tutti i capi da mais odiosa quadrilha que se tem notícia na história recente do país. Vejam esse exemplo: o governo de São Paulo vendeu a COSIPA por 300 milhões de reais, mas antes de vender assumiu uma dívida da Cosipa no valor de 1,5 bilhão de reais (ou seja, transferiu para o povo de São Paulo um passivo enorme). Esse fato tem mais de 15 anos.... Trazendo a valor presente esses senhores deram um prejuízo ao povo paulista superior a 4 bilhões de reais. E não é só. Eles concordaram em adiar a cobrança de 400 milhões de reais do ICMS em atraso, não sei se a COSIPA pagou. Esso é roubo sem precedentes na história.   Essa é a herança desses bandidos, da quadrilha de FHC e de Serra. Por que o MP, a Imprensa, e os arautos do combate a corrupção não ficam indignados? Uma pergunta sem resposta publicável. Outro exemplo? Ao privatizar o Banerj o governo do PSDB arrecadou, em tese, 300 milhões, mas como assumiu o dever de pagar indenizações aos funci

INDIGNAÇÃO SELETIVA E ESPETÁCULOS MIDIÁTICOS

Recebo todas as denúncias, acusações e suspeitas de corrupção que envolvem o Partido dos Trabalhadores com muita tristeza, pois fui militante do PT de 1980 a 1991, retornei ao PT em 2002 e fiquei por lá até 2005. O PT seria o partido a realizar os sonhos generosos da minha adolescência e juventude, sonhos de justiça social, distribuição de renda, produção e distribuição de riqueza com respeito ao meio ambiente, etc. Penso que ao chegar à presidência da república o PT cumpriu parcialmente essa missão. Sou, por princípio, a favor da apuração de quaisquer denúncias, acusações e suspeitas, bem como de se processar os suspeitos e da condenação firme dos culpados. É assim que deve ser. E sou também contrário à transformação de denúncias e investigações e espetáculos midiáticos. Tenho escrito faz alguns anos que as relações entre o sistema judicial e o sistema político atravessam um momento de tensão sem precedentes, cuja natureza se pode resumir numa frase: a judicialização da po