Lista de Furnas é o
nome atribuído ao esquema de corrupção e
lavagem de dinheiro iniciado no governo FHC envolvendo a empresa
estatal Furnas Centrais Elétricas, e que teria abastecido a campanha de
políticos em sua maioria do PSDB e PFL,
hoje DEM desde 1996. [1]
O escândalo foi
originalmente divulgado pela revista Carta
Capital em 2006. A revista denunciou políticos, magistrados e
empresários por terem recebido dinheiro de propina através do então diretor da
empresa Furnas Centrais Elétricas Dimas
Toledo e do publicitário Marcos
Valério.
Entre os nomes que
constam na lista estão o do ministro do STF
Gilmar Mendes e de políticos como José Serra, Geraldo Alckmin, Aécio
Neves, Delcídio Amaral, Roberto Jefferson e Jair Bolsonaro. Mas há mais de uma
dezena de outros personagens de “ilibada
conduta moral” na tal lista [2].
A imprensa nunca deu atenção a
esse fato, apesar da gravidade dos fatos e dos nomes envolvidos (talvez não
tenha despertado interesse porque o PT não protagonizava o esquema e sim o
PSDB) e a oposição buscou nos EUA um perito, acusado por lá de perjúrio, para desqualificar
a autenticidade da lista de furnas. Espetacular!
Bem, o tempo passou e o assunto
voltou no âmbito das investigações da Operação Lava-Jato e a lista de furnas
retornou ao noticiário.
No termo de
colaboração nº 20 da Delação Premiada de Alberto Youssef, o doleiro diz ter
ouvido que o já falecido ex-deputado e ex-presidente do PP José Janene e o então senador
e ex-candidato à presidência pelo PSDB
Aécio Neves, que exerceria influência na diretoria de Furnas entre os anos de 1996 e
2002, dividiam propinas recebidas de empresas que prestavam serviços para Furnas. Aécio receberia a propina por intermédio de
uma de suas irmãs. Mas o zeloso Ministério Publico Federal concluiu que as
afirmações de Alberto Youssef seriam muito vagas e o Senador playboy escapou
naquela época de ser investigado porque foi ignorado o principio In Dubio Pro Societate.
Mas em depoimento
ao juiz Sérgio Moro, o lobista Fernando Moura afirmou que a propina em Furnas
continuou sendo controlada por Aécio Neves também no governo Lula, e que o
esquema de propina se assemelhava ao instalado na Petrobras. Segundo o delator
um terço da propina era para o PSDB de São Paulo, um terço para o PSDB nacional
e um terço Aécio Neves.
Bem, quem sabe
agora os tucanos citados na lista de Furnas tenham o tratamento adequado aos
acusados, aos suspeitos e aos citados em processos e inquéritos que envolvam
interesse e dinheiro públicos, talvez agora o MPF reencontre aplicação do principio
In Dubio Pro Societate, ou seja, instaure inquérito
para investigação, pois a sociedade tem o direito à verdade.
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