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Bilhete aos meus filhos: sobre liberdade

Reflexões matinais, depois do empate heroico da PONTE PRETA ontem contra o PARANÁ CLUBE, um jogo que reproduz os sonhos e também a concretude das nossas vidas... 

Quero refletir sobre LIBERDADE.

Na antiguidade existia o labor e o faber. O labor era a pessoa que trabalhava utilizando todo o corpo, nas plantações, dentro de casa; o faber era o artesão, aquele que construía, assentava uma porta.


O labor e o faber não possuíam liberdade, eram considerados escravos. Escravo está ligado a uma atividade; possuíam uma vida totalmente provada, não tinham acesso ao espeço público.


Já os homens livres eram aqueles que tinham uma fortuna e desobrigados do trabalho podiam, em razão do seu poder econômico, discutir os problemas da POLIS (na ágora ou no senado).

Depois "livre" passou a ser considerado aquele que deixava uma grande obra para que seu nome perpetuasse.

Há, pois, duas concepções a serem consideradas.

A partir de SÓCRATES, que fora um homem humilde (filho de faber e de labor), a compreensão acerca de liberdade transformou-se, passou a ser livre o filosofo, aquele que pensa, cria, desenvolve conceitos e critica o meio em que vive.

O conceito de liberdade mudou para ser compreendido como livre quem ora e procurar isoladamente comungar com a contemplação, afastando-se do mundo material.

Mudou mais ainda o conceito. Livre passou a ser aquele que se dedica a Deus. Aquele que dedica sua vida à bondade. Vejam essa diferenciação:

BONDADE = ENTREGA A DEUS.
CARIDADE = AJUDA AO OUTRO.

Esse é o limite do conceito de liberdade na antiguidade.

Na modernidade. Concebe-se que o valor do liberdade está no trabalho, pois através do trabalho se adquire riquezas, propriedade privada. Sob essa perspectiva ocorrem a 1ª. e 2ª. Revolução Industrial e, nos anos 1970, a Revolução Tecnológica.

Estamos no limiar de um tempo que a Produção de riqueza se distancia do ideal de liberdade, a riqueza produzida serve para acumulação e consumo.

A liberdade na modernidade é predadora do meio ambiente, escraviza o outro. 

No final da modernidade o homem está completamente robotizado. Os livros estão esquecidos. O homem foi massificado. Vivemos um sistema de exploração da natureza, do próprio homem. E com o esgotamento da humanidade do homem chegamos à pós-modernidade.

Na pós-modernidade temos a física quântica, etc., mas a crítica necessária e latente é que o homem não pode viver apenas para trabalhar. O Ego e o Eu (o verdadeiro ser, que foi submergido pelo Ego). A pós-modernidade é caracterizada pela volta do homem a si mesmo.

Voltar para a vida privada para meditar. 

Filhos, o mundo está em movimento, o conceito e entendimento de liberdade está em movimento e em transformação. Pensem sobre isso.

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