É uma história muito triste.
O filme é ambientado no início do século XIX, mas serve de reflexão para uma Europa que hoje segue a erguer barreiras crescentes aos imigrantes.
O centro do filme, roteirizado pelo próprio Kechiche e Ghalia Lacroix, há uma personagem real cuja biografia é repleta de pontos obscuros. Pelas próprias características de sua vida curta e oprimida, nunca se saberá tudo sobre a sul-africana Saartje Baartman (interpretada brilhantemente pela atriz cubana Yahima Torres).
As forma mais do que generosas a jovem sul-africana, que lhe valeram o apelido de "Vênus hotentote", falaram mais alto do que ela.
Seu nome? Saartje, ela sonhava em ser artista na Europa, como foi na África, acabou refém de uma situação de quase escravidão não só em relação ao patrão Hendrick Cezar (Andre Jacobs), como frente ao olhar com que uma mulher, africana, imigrante e despossuída foi encarada. Mesmo cientistas não foram menos voyeurs e crueis.
Fatos reais que, num crescente, emocionam e levam o expectador a refletir sobre a "civilidade" do ocidente. O filme mostra ainda as razões pseudocientíficas que defendiam o racismo no século XIX.
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