Pular para o conteúdo principal

Potencialização e desenvolvimento do desempenho humano e profissional.


Quando fui professor de Direito Administrativo na METROCAMP tive a oportunidade de conviver validamente com criaturas de rara generosidade, a professoras da Faculdade de Pedagogia.
Com elas tomei contato, por exemplo, com conceito e pratica de algo denominado avaliação institucional que é um instrumento fundamental para que todo organismo social busque desenvolvimento e qualidade.
Para a universidade, por exemplo, instituição cuja razão de ser encontra-se na prestação de serviços de ensino e pesquisa de qualidade à sociedade, a busca da excelência na produção, sistematização e democratização do saber são fundamentais. O propósito da Avaliação Institucional deve ser o de conduzir ao aperfeiçoamento constante dos empreendimentos humanos.
Ao lado da avaliação institucional, ou a conduzi-la, está o Princípio da Potencialização e desenvolvimento do desempenho humano e profissional das pessoas que compõe as instituições, ou seja, através da efetividade desse principio o administrador busca promover o aperfeiçoamento e a evolução da comunidade que constitui a própria instituição.
Se a universidade e as empresas se aprimoram alcançando crescimento ativo, contínuo, individual e institucional por que o Poder Judiciário não pode pensar dessa forma também?
De acordo com Célia Maria Ribeiro uma avaliação centrada no desenvolvimento humano facilita a transformação das estruturas que temos, de burocráticas, cartesianas, pesadas, morosas, ensimesmadas, em estruturas vivas, leves, ágeis, vibrantes, capazes de entender e transformar, a tempo, o nosso tempo e as demandas sociais justas e necessárias.
Talvez falte ao Pode Judiciário conhecer a si próprio, o que seria possível através de uma auto-avaliação institucional, passando a valorizar o desenvolvimento humano, da seguinte forma: investindo no desenvolvimento dos serventuários, oferecendo a todos a possibilidade de valorização dos aspectos humanistas, ouvindo as experiências dos serventuários, dando crédito a essa vivência e investindo na mudanças de mentalidade, mudança de cultura, ampliando o comprometimento das pessoas com a qualidade de sua vida e de seu trabalho, trata-se de resignificar a relação entre serventuários e magistrados.
Se o desenvolvimento humano nas universidades pode ser definido por um programa que promova a facilitação de planejamento estratégico, levantamento das necessidades de treinamento e desenvolvimento, implementação de mudanças frente às necessidades levantadas, monitoramento, acompanhamento do processo e avaliação do mesmo, tendo sempre como pano de fundo orientador, o projeto de gestão da universidade como um todo e particularmente seu Projeto Pedagógico, por que não aplicar isso ao Poder Judiciário, ouvindo, fundamentalmente, os serventuários, mas também o Ministério Público e a Advocacia. O princípio da potencialização e desenvolvimento do desempenho humano e profissional aplicado ao Judiciário haveria de facilitar a necessária harmonia entre avaliação institucional e desenvolvimento humano, posto que não há verdadeiro desenvolvimento institucional sem desenvolvimento humano e da estrutura do Poder Judiciário fazem parte os serventuários.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DA FAMÍLIA CORLEONE À LAVA-JATO

A autolavaggio familiare agiu e reagiu, impondo constrangimento injusto ao atacar a reputação de advogados honrados. Me refiro a Roberto Teixeira e Cristiano Zanin. Já perguntei aqui no 247 [1] : “ Serão os jovens promotores e juízes "de baixa patente" os novos tenentes" Penso que sim, pois assim como os rebeldes do inicio do século XX, os jovens promotores e juízes, passaram a fazer política e interferir nas instituições e estruturas do Estado a seu modo. Mas em alguns momentos as ações e reações deles lembram muito a obra de Mario Puzzo. As ideais dos rebeldes do início do século XX, assim como dos promotores e juízes desde inicio de século XXI, eram ao mesmo tempo conservadoras e autoritárias; os tenentes defendiam reformas políticas e sociais - necessárias naquele momento -, e no discurso estavam presentes os sempre sedutores temas do combate à corrupção e defesa da moralidade política. Deltan Dallagnol e Sérgio Moro representam os jovens promotores e juízes d...

INDEPENDÊNCIA? QUAL?

Aprendemos que no dia 7 de setembro o Brasil emancipou-se e que, por ato de bravura e nacionalismo de um príncipe português, libertou-se do jugo do colonizador. Será? Mas  somos de fato uma nação i ndependente? A nossa carta política é conhecida e respeitada por nossos lideres? Bem, de 1985 a 2013 é possível dizer que sim, mas depois da visita de Joe Biden em 2013 e das marchas de junho do mesmo ano, depois da operação Lava-Jato e do golpe de 2016 podemos dizer que vivemos em um estado de permanente risco de ruptura institucional, com militares assanhados pelo retorno de um regime autoritário. É possível fazermos um paralelo entre o IPES , o IBAD e a Operação Brother Sam , com o MBL e seus pares, a propaganda nas redes via fake news e a Operação Lava-Jato, apesar do lapso de cinquenta anos, é possível afirmar que ambas tem a origem na sanha imperialista estadunidense, inaugurada em William Mckinley. Fato é que a partir de meados dos anos 1950 (assim como em 2003), o Bras...

SOBRE PERIGOSO ESTADO MINIMO

O governo Temer trouxe de volta a pauta neoliberal, propostas e ideias derrotadas nas urnas em 2002, 2006, 2010 e 2014. Esse é o fato. Com a reintrodução da agenda neoliberal a crença cega no tal Estado Mínimo voltou a ser professada, sem qualquer constrangimento e com apoio ostensivo da mídia corporativa. Penso que a volta das certezas que envolvem Estado mínimo, num país que ao longo da História não levou aos cidadãos o mínimo de Estado, é apenas um dos retrocessos do projeto neoliberal e anti-desenvolvimentista de Temer, pois não há nada mais velho e antissocial do que o enganoso “culto da austeridade”, remédio clássico seguido no Brasil dos anos de 1990 e aplicado na Europa desde 2008 com resultados catastróficos. Para fundamentar a reflexão e a critica é necessário recuperarmos os fundamentos e princípios constitucionais que regem a Ordem Econômica, especialmente para acalmar o embate beligerante desnecessário, mas sempre presente. A qual embate me refiro? Me ref...