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Sobre a tese do 3o. mandato.


A idéia de um terceiro mandato é muito ruim para o Brasil, pois país não precisa perenizar no poder Lula, um líder carismático e evidentemente capaz, para seguir o processo necessário de construção da nação, da república pela via democrática.

Registro que votei em Lula em 1.982 para Governador e para a Presidência em 1989, 94, 98 e 2002, ou seja, ao contrário de correligionários de ocasião como o Deputado Federal Jackson Barreto (PMDB-SE), sigo o ideal democrático que Lula representou e representa desde a minha adolescência e creio que a mudança de regras constitucionais, fato que não incomoda os liberais ou os social-democratas bicudos, significaria um golpe institucional que temos de combater por uma questão de coerência ideológica.

Uma nação democrática deve buscar a alternância de poder, por isso a possibilidade de um terceiro mandato afastaria o país desse ideal republicano, é nessa linha que devemos refletir.

É inegável a capacidade Política do Presidente Lula (uma surpresa para as oligarquias e para a elite, mas não para a grande maioria do povo brasileiro), assim como não é mais possível às forças conservadoras da sociedade seguir desqualificando a presidência de Lula, afinal os resultados são concretos e reconhecidos internacionalmente, o Brasil nos últimos seis anos vem assumindo o protagonismo político e econômico como nunca se viu, mas nem isso justifica um golpe institucional.

A democracia válida é pluralista, ou seja, a sociedade que é composta de vários grupos e centros de poder, os quais podem inclusive ter conflitos entre si e que tem a função de limitar, controlar e contrastar o tradicional poder centralizado, a democracia válida respeita princípios constitucionais, como o principio da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da transparência e da eficiência.

Cabe ao povo brasileiro eleger, ou não, o candidato ou candidata indicada pelo Presidente Lula ou qualquer outro e não é papel do Congresso Nacional aprovar uma emenda oportunista e que, se aprovada, abre campo para todos os setores, até os mais conservadores, buscarem o 4º., o 5º. e sabe-se lá quantos mandatos, se for conveniente, se for oportuno, e democracia não se constrói sob a orientação da conveniência ou do oportunismo.

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