Esses
tempos de intolerância estão causando situações surreais em nosso cotidiano... A
recente tragédia campineira, verdadeiro feminicidio
é fruto desse tempo de intolerância, machismo e reflexo da inegável da inflexão
conservadora que vivemos.
Sim
a tragédia de Campinas é um feminicidio,
pois o crime que vitimou a família e a cidade tem fundamento no ódio baseado no gênero, amplamente definido
como o assassinato de mulheres.
Esse
tempo de intolerância é percebido nos pequenos fatos do dia-a-dia. Uma amiga querida
foi vitima de uma decisão colegiada num certo ambiente de convívio social e tal
decisão é resultado desses tempos de desmedido "olho por olho", tempos em que a temperança e a pacificação nas
relações são substituídas por relações e decisões belicosas, triste e
desnecessariamente belicosas...
Vivemos
na sociedade do cansaço como diz Leonardo
Boff, na qual a aceleração do processo histórico e a multiplicação de sons, de
mensagens, o exagero de estímulos e comunicações,
especialmente pelo marketing pessoal e comercial, pelos celulares com todos os
seus aplicativos, a superinformação das mídias sociais, etc., acabam até
produzindo doenças, depressão, dificuldade de atenção e perda de sentido real da
nossa existência.
Esses
fatos nos transformam em vitimas desse verdadeiro fim dos tempos.
Penso
que temos de lutar contra isso e ter bem claro que esses tempos de relações
disciplinadas pelo Código de Hamurabi
não nos servem, por isso temos de recuperar o tempo em que as relações pessoais
eram reguladas pelas virtudes humanas e divinas, tais como a amizade,
compreensão, justiça, amor, generosidade, temperança, honestidade, respeito,
perdão etc.
E
como fazemos isso? Vivendo tudo o que aprendemos em nossa caminhada, praticando
as virtudes acima citadas e buscando a pacificação das relações com temperança,
amizade e fundamentalmente a compreensão que fundamenta e possibilita o perdão.
Antigamente,
eu já sou de “antigamente”, as
pessoas conversavam entorno de uma mesa para, direta e pessoalmente,
encontrarem solução fraterna para quaisquer questões, sem transformar todos os
mal-entendidos em questões a serem apuradas "no rigor da lei"; as famílias se visitavam para lanches da
tarde e, sempre fraternalmente, compartilhavam alegrias e inquietações. Esse compartilhar está distante de uma
sociedade de relações virtuais ou liquidas como diz Bauman... Relações
liquidas, amores líquidos e uma sociedade liquida.
É
isso que penso: temos que semear e cultivar virtudes e não fomentar o tempo
todo tensão ou declarar decisões que definirão quem está certo ou errado, pois
a vida é uma experiência breve, mas muito boa quando se percebe que o que
importa é o afeto genuíno entre as pessoas; o afeto e a boa educação são a
porta de entrada para uma vida virtuosa e feliz. É isso que eu penso.
Belas palavras, vejo entre elas claramente entrelaçadas citações de Jesus, não podia ser diferente, tudo que o Rei ensinou é lindo.
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