O
Brasil, de fato, não é para iniciantes...
Temer, o conspirador, Cunha, o réu, e José Serra comandam um golpe
contra a democracia e contra os beneficiários de programas sociais; são
artífices de um golpe contra a Justiça e, como já escrevi antes, buscam um
salvo conduto para a impunidade e a corrupção, além da manutenção dos privilégios,
Meu avô dizia que vivemos num lugar em que os selos perdem a cola e
os sabonetes derretem muito mais rapidamente do que o normal. Uma tragédia...
Passei
a adolescência e a juventude defendendo a Democracia, o Estado democrático de
Direito; desde 1980 fui às ruas pelo fim da ditadura, pelo fim da carestia,pelas
eleições diretas através da aprovação da Emenda Dante de Oliveira em 1984
(quando fomos traídos por um congresso covarde e conservador por isso ocorreram
as eleições indiretas e a vitória de Tancredo e Sarney).
Depois
defendemos uma assembleia constituinte, comemoramos sua instalação, bem como a Constituinte
e a Constituição Cidadã de 1988. Comemoramos também a festa da democracia em
1989 (mesmo com a vitória de quem não deveria ter vencido, soubemos perder)...
Fomos
às ruas novamente pelo justo impeachment de Collor em 1992. Surgiu Itamar
Franco, com apoio de parte então importante da esquerda, ele trouxe o Plano
Real e o Fusca.
Disputamos outras eleições, "tocamos a vida" e
acompanhamos o triunfo do neoliberalismo, seus equívocos e crimes.
Já neste século elegemos um operário e uma mulher, duas vezes cada
um...
Coisas boas ocorreram, algumas excepcionais após a vitória do povo
em 2002, mas nos porões e nas sombras coisas horríveis continuaram a acontecer
e métodos que deveriam ter sido banidos foram mantidos.
Estamos a quatro dias de uma votação que pode lembrar a derrota no
colégio eleitoral da Emenda das Diretas em 1984, uma traição do Congresso em
relação à dialética da História, ou a redenção do Congresso Nacional.
Há boas novas, 186 deputados
assinaram um manifesto pela democracia, mas temos que conferir no domingo.
Bem,
qualquer que seja o resultado do domingo e eventualmente no Senado, caso a
questão chegue naquela casa,Michel Temer passará para a História como um
Joaquim Silvério dos Reis, um traidor que se pôsao lado dos derrotados para viabilizar
um golpe de Estado.
Temer
fez escolha irreversível e tornou-se comandante, hipócrita e dissimulado, de um
pedido impeachment instrumento que apesar de previsto na Constituição, no caso
concreto não aponta um crime de responsabilidade ou dolo indiscutível. E, não
havendo crime de responsabilidade,estamos diante de um Golpe de Estado no
padrão daqueles de Honduras e do Paraguai.
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