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O PT AFASTOU-SE DA ÉTICA?


Substituído por Aloizio Mercadante no Ministério da Educação, Renato Janine Ribeiro diz que o partido chegou ao poder para combater a miséria e defender a ética, mas ficou restrito ao primeiro. Será que de fato o PT afastou-se da ética?

Antes vamos relembrar o que ética. Ética pode ser compreendida como a parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social, pode ser compreendido como o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.

De fato, o PT que surgiu para ser um partido diferente, e não é o responsável pela implantação da corrupção no país, mas ele é responsável por não ter identificado e acabado com ela e é também responsável pelos seus quadros que dela participaram.
Penso que agora cabe à Policia Federal, ao Ministério Público Federal e ao Poder Judiciário (sem espetacularizar os fatos) investigar, denunciar e condenar exemplarmente os responsáveis, cada um dos agentes do nojento esquema de corrupção, mas o PT precisa reconhecer que afastou-se da ética e feita a autocritica vencer o delírio e voltar aos trilhos.

O PT surgiu para representar os interesses da classe média urbana em especial, nasceu socialdemocrata e foi caminhando para a esquerda, mas nos últimos 12 anos após chegar à presidência da republica fez uma inflexão conservadora e aproximou-se das empreiteiras - corruptores históricos - e de corruptos contumazes como os neocompanheiros do PP, que já foi ARENA, por exemplo... E essa aproximação se não foi fatal ao PT, foi trágica, pois se por um lado setores do PT e da esquerda foram capazes de implantar politicas socialdemocratas da maior importância, de outro a economia foi quase o tempo todo neoliberal e a roubalheira foi mantida como dantes no quartel de Abrantes.

O PT envelheceu, burocratizou-se e muitos de seus quadros, como afirmou Tarso Genro recentemente, ficaram cada vez mais distantes da sociedade, excessivamente ligados ao governo e às politicas públicas (as quais, num presidencialismo de coalização, são as “politicas possíveis”) e, eu acrescento, outros corromperam-se.

Não estou a ignorar a existência, entre seus quadros, de muita gente boa, políticos honestamente comprometidos com as lutas populares, com o desenvolvimento social e econômico do país, não é isso, mas o Partido dos Trabalhadores precisa de um choque que sociedade e de autocritica


O PT é, e sempre será, o partido da minha adolescência e da minha juventude, mas nem todo o carinho do mundo pode impedir, e não me impede, de fazer criticas necessárias.

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