O Menino Maluquinho é um livro
infanto-juvenil brasileiro de 1980 criado
pelo desenhista e cartunista mineiro de Caratinga conhecido por Ziraldo Alves Pinto. O
protagonista do livro é ele o “Maluquinho”. Maluquinho é um menino alegre, agitado e criativo. Ele não
para nunca. Sua mãe, Naná, e seu pai, Carlinhos, têm muito trabalho com ele,
mas o adoram. Dona Naná está sempre pedindo a ele que arrume a bagunça do
quarto, e seu Carlinhos já se acostumou a emprestar aquele paletó azul que o
Maluquinho gosta de vestir. Mas ninguém sabe por que ele gosta tanto de usar
uma panela na cabeça. O amigo Junim
acha que ela é mágica, mas nunca conseguiu provar.
É de fato um personagem
maravilhoso, através do qual Ziraldo captou o mundo de sonhos e possibilidades
infinitas dos meninos e meninas naquele momento anterior aos dramas da
puberdade. Com o Menino Maluquinho
aprendemos coisas boas, gentileza, bondade, heroísmo, ingenuidade,
generosidade.
Mas no mundo
real estamos tendo a infeliz oportunidade de observar as atitudes do Senador
mineiro-fluminense Aécio Neves da Cunha e, confesso que o que sinto é vergonha alheia.
A vergonha alheia é a vergonha que
sentimos ao presenciar alguém fazendo algo embaraçoso. Aécio não é um Menino Maluquinho, pois não há nas suas
palavras e ações – pelo menos desde que perdeu os dois turnos das eleições
presidenciais - coisas boas, gentileza, bondade, heroísmo, ingenuidade,
generosidade, o que se identifica é o oposto disso. Age como um menino Mimadinho.
Aécio se comporta
como o que é um Menino Mimadinho e os
mimados, que não se reconhecem como tal, são: (i) reativos - ou seja, os mimados têm a tendência a responder aos estímulos do meio
(pessoas e situações) automaticamente de forma
impulsiva, sem avaliação da complexidade das situações. É o que alguns
chamam de ansiedade ou ainda de espontaneidade e autenticidade, o que para a
posição que ele ocupa na oposição, tão necessária, é um caos; (ii) exclusivistas - que é a característica
ou hábito de travar uma luta aberta ou silenciosa por espaço pessoal assumindo
que as pessoas e objetos que orbitam ao seu redor são suas posses exclusivas
(patrimonialista?); (iii) parciais -
ou seja, tem a limitação cognitiva de alcançar a maior quantidade de facetas de
uma realidade. É considerar uma parte mínima como o todo e ignorar que existem
outras dimensões de um mesmo fato que devem ser levantadas antes de um parecer
conclusivo; (iv) egocêntricos - o
nosso Menino Mimadinho tem a mania de
querer tudo só para si, mas também a tentativa sutil de referenciar todos os
acontecimentos do mundo em seu próprio ego, como se todos fossem atores
coadjuvantes ou figurantes da trama incrível da sua vida. Aécio Neves da Cunha não
consegue imaginar, nem de longe, o que o outro está pensando ou sentindo ou se
suas ações afetam negativamente o outro; (v) personalistas - Aécio Neves da Cunha tem evidente inclinação por achar
que o mundo deve ser medido pelas suas predileções, ou seja, se gosta e aprova é
bom e ao que se opõe é ruim, condenável e maléfico; (vi) imediatistas - o nosso Menino
Mimadinho tem predisposição a achar que todo mundo é lerdo e só ele é
esperto e de exigir que tudo seja para ontem. Além disso, é a incapacidade de
considerar que ações têm consequências e que elas se desdobrarão num efeito em
cadeia até o ponto de prejudicar alguém.
E a nova onda do nosso Menino Mimadinho e sua turma é o pedido
de impeachment da Presidente Dilma Rousseff...
Eu quero impitima, eu quero
impitima, eu quero impitima!!! Deve
ser isso que o Menino Mimadinho, aos berros,
exige antes de tomar leite quentinho com Toddy para depois dormir com pijama de
pesinho.
Bem, se não for apenas coisa de
criança mimada, coisa do nosso Menino
Mimadinho, tratar-se-á de mau-caratismo puro... Por quê? Porque Aécio não é herdeiro de Tancredo Neves e
sim do Deputado Federal da ARENA Sr. Aécio da Cunha, seu pai. Aécio Neves da
Cunha é legitimo herdeiro da velha UDN, que
virou ARENA, depois PDS e PFL, gente que, lamentavelmente, está ao lado
do PSDB desde 1994, herdeiro de gente que historicamente não tem votos, nem
nunca teve. Aécio é herdeiro de gente que esteve contra a democracia desde a
proclamação da república.
E, como está fora
de moda dar
"golpes de Estado" com apoio dos militares, tenta com apoio de parte
da imprensa, de parcela do Poder Judiciário e do Ministério Público, para dar
ao verdadeiro golpe de Estado "ares" de legitimidade e legalidade, usando como
bandeira a moral puritana e a hipocrisia típica de quem não tem nenhuma virtude
e como instrumento jurídico o pedido de impeachment.
Impressionante... Passados mais de 51 anos a classe
média novamente serve de massa de manobra para gente como Aécio Neves da Cunha.
As manifestações contra a democracia, tratadas como evento cívico pela GLOBO,
pela GLOBO NEWS, pela FOLHA e pelos Mesquita do ESTADÃO, tentaram legitimar o impeachment
e poderiam ter conseguido desconstruir 30 anos de democracia.
Estou profundamente preocupado com a estupidez humana,
mas enfim, vamos em frente. Não faltam documentos para demonstrar que sempre
que um governo contrariou os interesses dos banqueiros, rentistas e grandes
industriais o "método" foi o mesmo. Basta estudar o que ocorreu com
Getúlio, JK, Jango, Lula e agora com Dilma Rousseff. Todos
deveriam estudar História. Repito: o método de hoje é reprodução do que ocorreu
com Getúlio em 1954, com JK durante todo o seu governo e com Jango.
Coincidentemente,
as três derrotas da UDN (para Getúlio, JK, Jânio/Jango) desencadearam uma
campanha midiática que levou ao golpe de 1964.
Espero
estar errado. Mas me parece que a quarta derrota da neo-UDN (PSDB) representantes
fieis da FEBRABAN e do FIESP (PSDB, DEM) é a causa da indignação seletiva e do
caos artificialmente criado e inflado e do chilique do nosso Menino Mimadinho.
Mas o nosso Menino Mimadinho vem recebendo vários sinais de
que não há base para o pedido de impeachment.
Além do ex-ministro Miguel Reale Jr., os advogados
Ives Gandra Martins e José Eduardo Alckmin pedem cautela ao menino Mimadinho e sua turma, dizendo
que a base legal é insuficiente para afastar a presidente Dilma Rousseff.
Registre-se que todos esses renomados juristas são simpáticos aos liberais que
tomaram o partido da socialdemocracia para si.
Ficam essas reflexões.
quem sabe se crie um governo infantil, dando a êle o privilégio do primeiro mandato, para brincar de governo e se ocupar, por que no senado não tem aparecido muito.
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