Birra, substantivo feminino, é a ação ou tendência para permanecer e/ou continuar de
maneira insistente num mesmo comportamento, opinião, ideia. etc., é a teimosia
chata daquele que, contraria alguém por capricho, é a implicância ou falta de entendimento
entre duas pessoas, uma espécie de rixa, zanga ou aborrecimento. Podemos imaginar que Aécio “eterno neto” da
Cunha estaria de birra por ter perdido as eleições, mas pode não ser apenas
isso. Aécio “eterno neto” da Cunha
representa hoje os setores mais atrasados e culturalmente colonizados do país,
o pessoal que acredita que “Miami é o paraíso
na Terra" e, apesar de nunca ter estudado a vida e obra libertária de
Simon Bolívar o “odeia”.
Escrevi recentemente que saber perder é para pessoas honradas, que Lula,
Serra e Alckmin souberem perder, já o Aécio
“eterno neto” da Cunha aproxima-se do lacerdismo também no quesito “não saber perder” e com isso está a
revelar que é mais filho de Aécio Cunha (deputado federal pela ARENA e pelo
PDS, partidos de apoio ao regime militar), do que neto de Tancredo Neves (como
diz meu pai: “o fruto não cai longe do pé”).
Aécio “eterno
neto” da Cunha, assim como Carlos Lacerda – que jamais perdoou a sorte de não ter sido
Presidente da República, está a flertar descaradamente com o golpe ou está de
birra?
Vale
relembrar o que fez e como agia Carlos Lacerda.
Lacerda como político e escritor, consagrou-se como um dos maiores
porta-vozes das ideologias conservadora e direitista no
país, e grande adversário de Getúlio Vargas, e dos movimentos políticos trabalhista.
Aécio “eterno
neto” da Cunha, da mesma forma é hoje o porta-voz dos setores conservadores
e de direita no Brasil. Coincidência?
Ainda
sobre Lacerda basta lembrarmos que ele não teve nenhum escrúpulo e foi o
grande coordenador da oposição à campanha de Getúlio à presidência em 1950 e durante todo o mandato constitucional do presidente,
até agosto de 1954, esse é o ponto. Lacerda não fazia oposição republicana e
democrática, afinal numa
democracia deve existir oposição, sob risco de a diversidade de opiniões
não ser efetivamente representada e comprometer a democracia em si. Mas Lacerda
uniu-se aos militares golpistas e aos partidos oposicionistas
(principalmente a UDN) num esforço conjunto para derrubar o presidente Vargas
através de acusações que publicava em seu jornal, Tribuna
da Imprensa, ou seja,
deslocando o debate político da tribuna para os jornais, transformando-o em
espetáculo midiático cujo único objetivo era o enfraquecimento e a destruição
de Getúlio Vargas.
Aécio “eterno neto” da Cunha, a exemplo de Carlos Lacerda, em seu primeiro discurso da tribuna do Senado após a derrota nas eleições
presidenciais, afirmou que qualquer diálogo com o governo "estará
condicionado ao envio de propostas que atendam aos interesses dos brasileiros
e, principalmente, qualquer diálogo tem que estar condicionado especialmente ao
aprofundamento das investigações e exemplares punições àqueles que
protagonizaram o maior escândalo de corrupção desse país, ...".
Ora, essa “condição imposta” pelo Senador do PSDB em relação às
investigações chega a ser desrespeitosa com todas as instituições e Poderes da
República.
Estará o Senador fluminense-mineiro a afirmar que a Policia Federal, o
Ministério Público Federal, a Justiça Federal e os Tribunais desse país não são
capazes de aprofundar as investigações e aplicar exemplares punições aos
responsáveis pelo desvio de recursos da PETROBRAS? (E registre-se a sanha
privatizante que movimenta (e financia) os interesses do PSDB e de seus
arautos, mais ou menos emplumados, sanha que causou bilhões e bilhões de
dólares de prejuízos ao país entre 1995 e 2002, sem causar indignação pública dos
hoje paladinos da moralidade, sanha que levaria a PETROBRÁS, o BANCO DO BRASIL
e a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL ao colo do mercado não fosse a vitória de Lula em
2003).
Patético? Não, não é patético, pois ele sabe o que está e
porque está dizendo o que diz...
Aécio “eterno neto” da Cunha, assim como Carlos Lacerda, usa
seus dotes de bom orador e a mídia conservadora para criar condições objetivas
para o clima de tensão.
Não podemos esquecer que Carlos Lacerda em 1955 foi
protagonista da tentativa de golpe de
estado, quando se uniu aos
militares e à direita udenista para impedir a eleição e a posse do
presidente eleito Juscelino Kubitschek e seu vice-presidente, João Goulart,
será que isso que Aécio quer? Para ser
honesto tenho que fazer constar que Lacerda foi considerado um grande
administrador no antigo estado da Guanabara, mas não se pode esquecer que durante
seu governo, foi divulgado que policiais assassinavam os mendigos que
perambulavam pela cidade e jogavam seus corpos ao rio da Guarda, afluente do
rio Guandu, assim como o seu governo foi acusado pela imprensa de oposição de
ter dado instruções aos policiais para que realizassem estes assassinatos. Carlos
Lacerda foi um dos líderes civis do golpe militar de 1964. Será que alguém acredita
que em pleno século XXI ocorrerá um golpe que impedirá a posse da Presidente
Dilma e de seu Vice Michel Temer, eleitos constitucionalmente? Será que são
esses interesses que Aécio “eterno neto” da Cunha representa? Ou será que é
apenas birra de meninos minados e de maus perdedores?
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