Numa democracia deve existir oposição, sob risco de a diversidade de opiniões
não ser efetivamente representada e comprometer a democracia em si.
Quando cito democracia me refiro ao
regime político em
que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através
de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder por representação através do sufrágio universal. Ela
abrange as condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício
livre e igual da autodeterminação política.
É
a existência de uma oposição que legitima
a democracia e o que
legitima a oposição, os partidos de
oposição enfim, é o fato dela ser oposição aos governos e suas práticas, não ao
regime democrático, contudo quando se opõe à democracia, mesmo de forma enviesada,
perde a citada legitimidade.
A função da oposição é fiscalizar
as ações dos governos, denunciar os malfeitos e debater com a sociedade suas
ideias e projetos, isso é fantástico. Aliás, a vantagem da democracia é poder
escolher nossos governantes através do voto direto e, mesmo quando um grupo
perde as eleições majoritárias, ter presença no congresso nacional, nas assembleias
legislativas e nas câmaras de vereadores, isso garante o necessário equilíbrio,
equilíbrio de representação algo fundamental à democracia.
Penso que a garantia da liberdade
individual, dos Poderes e das instituições, gênese do regime democrático, está
nas mãos fundamentalmente da oposição nos três níveis, a oposição deve ser a
garantidora da democracia.
Posto isso algumas críticas devem
ser feitas a atores que não a exercer com legitimidade o seu papel de
oposicionista, pois estão a atacar a democracia. O ex-governador Alberto
Goldman, vice-presidente nacional do PSDB num artigo publicado logo após a
contagem dos votos de primeiro turno, insinuou que se a presidente Dilma Rousseff
vencesse no segundo turno pela diferença de 3,5 milhões de votos sobre o tucano
Aécio Neves não teria condições de governar o País. Ora, essa afirmação não é de
um oposicionista, mas de um golpista, afinal Dilma venceu no 1º. e 2º. Turno,
dentro das regras.
O deputado licenciado José Aníbal
também mostrou sua face não democrática ao disparar uma sequência de tuites
enviesados. Também o Senador e candidato a vice-presidente na chapa tucana
Aloysio Nunes Ferreira portou-se de forma igualmente irracional quando afirmou:
"Não tem diálogo nenhum".
Na semana
passada, quem mostrou sua face não democrática foi a coordenação jurídica
do PSDB, pois ao entrar com pedido no TSE para auditoria nos resultados eleitorais prestou um desserviço à
democracia e às instituições, pois como afirmou o Procurador-Geral da
República, Rodrigo Janot, a iniciativa teve o condão de "comprometer a credibilidade do sistema eleitoral deste
País".
E desqualificados como Lobão e Reinaldo
Azevedo passaram a defender o impeachment da presidente recém eleita com base
em nenhum fato jurídico ou politicamente relevante.
Essas
declarações de cunho não democrático obrigaram o deputado tucano Xico Graziano,
com elevado espirito democrático, a pedir que deixem o PSDB os filiados que
investem na alternativa da ruptura da ordem.
O PSDB, como partido político, tem de
manifestar-se claramente a favor da democracia e contra qualquer insinuação
golpista, sob pena de estarmos diante da convolação de uma oposição necessária
em golpistas ressentidos e raivosos.
Agradeço a lucidez do post.
ResponderExcluirVou compartilhá-lo! Abraços
Sonia, bom dia!
ResponderExcluirObrigado.
Pode compartilhar a vontade. O objetivo é o debate.
Sonia, bom dia!
ResponderExcluirObrigado.
Pode compartilhar a vontade. O objetivo é o debate.