Ouvi que
Marina, se eleita, planeja reduzir a importância do pré-sal na produção de
combustíveis. Teria dito num encontro com produtores de etanol, na Feira
Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro), em Sertãozinho que “temos
que sair da idade do petróleo”, prometeu que vai revigorar o álcool, dando
incentivo para os produtores do setor. “Reduzir
a importância do pré-sal” atende a quais interesses?
Antes é
necessário dizer que o governo estima que em dez anos o Brasil destinará extrairá
112,5 bilhões de dólares para a área de saúde e educação com os recursos do
pré-sal. Estaria a candidata a dizer que
“saúde” e “educação” não precisam desses recursos?
Ademais,
sabe-se que em pouco tempo o país se tornará um exportador de petróleo, o que
significa não apenas a nossa autossuficiência energética, mas o Brasil também
se tornará um país ainda mais importante do ponto de vista geopolítico.
É isso que
está em jogo, é isso que está em jogo e que incomoda profundamente os interesses
corporativos transnacionais, a quem não interessa o desenvolvimento do Brasil e
muito menos o nosso fortalecimento internacional. Um Brasil forte não interessa
aos interesses do Império. Estará
Marina, ex-petista, ex-verde, fundadora da REDE e hóspede do PSB alinhada a
quem pensa assim?
Não posso
acreditar.
Mas não é possível ignorar que o interesse pela PETROBRÁS e pelo pré-sal
estão por traz de tudo isso. As companhias internacionais querem a privatização
da PETROBRÁS, querem que extração nas camadas de pré-sal seja entregue a
grandes empresas privadas, se possível, americanas, aliás essa é a verdadeira
causa da campanha midiática que procura convencer a nação que há incompetência
e corrupção na estatal brasileira. Estão os proxenetas do mercado “preparando o
terreno” para os liberais privatizarem a PETROBRAS, caso vençam as eleições. Marina foi cooptada pelo mercado? E o PSB?
Li que a campanha
de Marina vai lidar com o assunto, criando um grupo de especialistas para
avaliar os riscos envolvidos na exploração do pré-sal e vai
apresentá-los à sociedade.
Se,
hipoteticamente, a PETROBRÁS interromper a exploração por um determinado tempo
e decidisse voltar a explorar o pré-sal, já estaríamos defasados
tecnologicamente, superados, o país teria de terceirizar a exploração. Ou seja,
em nome de um risco potencial, não efetivo, em nome de uma causa, em tese
ecológica, vamos entregar nossas reservas e abrir mão do nosso futuro?
Uma mudança de
orientação dessa magnitude seria uma decisão estratégica que alteraria
substancialmente a capacidade de investimentos do país em duas áreas
fundamentais para o Brasil entrar numa rota de desenvolvimento social, a Educação
e a Saúde. Pergunto novamente: Marina e
o PSB estão dizendo que os investimentos em “saúde” e “educação” podem esperar?
É evidente que diminuir investimento na exploração e extração do pré-sal
não é uma boa estratégia, aliás seria uma estupidez, porque o país perderia a
liderança tecnológica na exploração da camada do pré-sal.
Temos que ponderar, contudo, que que diminuir investimento na exploração
e extração do pré-sal não é uma boa estratégia para os brasileiros, para o
Brasil e para a PETROBRÁS, mas será considerada “necessária” e “correta” para
os interesses das companhias dos EUA e para suas empresas de exploração, como a
Exxon... Estarão Marina e o PSB
alinhados a interesses estranhos ao interesse público e aos interesses
nacionais?
A Marina, então
Senadora, que conheci em 2002 e que me foi apresentada pelo então Deputado
Luciano Zica não existe mais, mas não concordo, a priori, com Valter Pomar
quando ele escreve que Marina Silva
converteu-se ao neoliberalismo e converteu-se à política externa subalterna.
Lembro-me do
dia que a conheci, estávamos no restaurante do Senado para a cerimônia de filiação
do Senador Roberto Saturnino ao PT. Roberto Saturnino, eleito pelo PSB, deixou
a legenda em razão da candidatura de Anthony Garotinho à presidência naquele 2002.
Havia muita gente lá naquele momento... E Marina estava ao lado da atriz e
diretora Lucélia Santos, elas chegaram juntas em seus simpáticos sorrisos e
Zica nos apresentou.
Mas voltemos à
análise da declaração da “nova” Marina...
Interromper a
exploração do pré-sal será uma irresponsabilidade e não acredito que isso
ocorra, salvo para atender interesses e compromissos impublicáveis.
Mas, como diz meu pai: “o que esperar de quem agora
diz que nunca foi contra os transgênicos e que que está se comprometendo a
priorizar acordos bilaterais em detrimento do Mercosul, desrespeitando a própria
constituição da república?”.
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