A Presidente Dilma vem liderando a corrida presidencial, mas
penso que setores do próprio PT são os seus maiores adversários e podem levar a
presidente à derrota. A quais setores eu me refiro? Aos que, diferentemente da
presidente e de Lula, passaram a crer que o país não existia antes deles, aqueles
que se tornaram desprezíveis burocratas.
Penso que a burocracia assemelha-se a todos os tipos de castas
dirigentes pelo fato de se encontrar sempre pronta a cerrar os olhos perante os
mais grosseiros erros dos seus chefes em política geral se, em contrapartida,
estes lhe forem absolutamente fiéis na defesa dos seus privilégios. E o país
não precisa nem de neoliberais, bem de burocratas. O país precisa de
brasileiros de verdade, capazes de ouvir as legítimas demandas de todos os
setores, pois vivemos numa democracia e nas democracias as diferenças precisam
ser respeitadas, as vozes precisam ser ouvidas.
Assim como tenho convicção que o senador mineiro Aécio Neves
(PSDB) é o principal adversário do ex-governador Eduardo Campos (PSB) na disputa
pela Presidência da República por uma vaga num eventual 2o. turno, por isso não
entendo bem porque parte da militância do PSB tem se mostrado tão agressiva nas
críticas, sempre necessárias, ao governo – do qual esse mesmo PSB fez parte
desde 1º. de janeiro de 2003 até pouquinho tempo atrás.
Por serem Aécio e Eduardo os candidatos a uma vaga num 2º
turno essa aliança política entre ambos me parece extremamente inadequada, pois
o único favorecido é o tucano, afinal Aécio é o adversário natural e direto de
Eduardo Campos e vem sendo preservado de qualquer critica dos socialistas. Se o
objetivo do PSB é ir para segundo turno essa aliança não favorece em nada tal objetivo.
Setores do PT dizem que o PSB e Eduardo Campos são
“ingratos”. Não concordo com isso. Penso que o PSB deveria preparar-se para
2018 e apoiar mais uma vez o projeto desenvolvimentista, lutando para colocar o
brilhante Eduardo como vice de Dilma, mas esse cenário não se apresentou, mas a
candidatura do PSB é legitima. Legitima especialmente porque o PSB é um partido
correto. Apoiou Lula em 1989 quando ele tinha 2%, fez oposição ao governo
Collor e Fernando Henrique Cardoso, apoiaram o Lula em 1994 e em 1998, quando
todos sabiam que a eleição era perdida. Mesmo em 2002, após o delírio da
candidatura de Garotinho, o PSB no segundo turno de 2002 apoiou Lula. Em 2006
em 2010 estiveram juntos com o PT e o PCdoB desde o inicio. Portanto Eduardo
Campos tem como adversário os movimentos táticos de seu partido ou de sua
coordenação de campanha, movimentos que comprometem o objetivo estratégico.
O PSDB vem com Aécio Neves um político que, ao contrario de
José Serra, não possui nenhuma das qualidades necessárias ao exercício da
Presidência da Republica, pois não representa um projeto, uma ideologia ou uma
geração ele é personagem dele mesmo, o eterno neto de alguém que foi grande sem
nunca ter sido.
Aécio é o típico “político profissional”, alguém cujas
convicções estão sempre a mercê dos interesses que mais eficientemente o
seduzem. Aproveitou-se do prestigio residual de seu Avô Tancredo Neves e
elegeu-se em 1986 Deputado Constituinte pelo PMDB. Concorreu, em 1992, à
prefeitura de Belo Horizonte e foi
derrotado. Sempre atento às oportunidades e aos bons ventos filiou-se ao PSDB
em 1994.
Sua Principal bandeira política é o batido chavão denominado
“o Choque de Gestão”, tão apreciado por rentistas e outros inescrupulosos, um
chavão que nada mais é que a cantilena neoliberal que levou os EUA e parte
significativa do mundo à crise de 2008. Seu adversário é a absoluta ausência de
substância de sua candidatura, Aécio não tem um projeto para o Brasil, ele
representa um retrocesso, aliás, sua candidatura que se viabilizou em razão da
campanha midiática sem precedentes que busca desqualificar o qualificado
governo capitaneado pela esquerda (PT, PSB e PCdoB).
Aécio
e sua turma acreditam que “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade"
(frase de Joseph Goebbels, que foi ministro da Propaganda de Adolf Hitler na
Alemanha Nazista, que exercia severo controle sobre as instituições educacionais
e os meios de comunicação), a mentira é o movimento tático que vem sendo usado pelos tucanos e por seus
nazi-apoiadores com o objetivo de criar uma sensação de tensão e caos no país.
Para esses senhores a verdade
importa muito pouco, a realidade deixa de
existir, passam a viver uma representação da realidade, difundida, na sociedade
pós-moderna, por parte mídia, logo ela que deveria ser instrumento garantidor
da verdade. Baudrillard defende a teoria de que vivemos em uma era cujos
símbolos têm mais peso e mais força do que a própria realidade. Desse fenômeno
surgem os "simulacros", simulações malfeitas do real que,
contraditoriamente, são mais atraentes ao espectador do que o próprio objeto
reproduzido.
Nesse momento
cada um dos candidatos, a presidente Dilma, o ex-governador Eduardo Campos e o
Senador Aécio Neves são adversários de si próprios. Aguardemos o inicio da
campanha pela TV. Momento em que a verdade é percebida pela população, pois
apesar de todo esforço dos publicitários ou marqueteiros de todo gênero ela [a
população] compreende a verdade além da forma e muito além da embalagem.
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