Joaquim Barbosa poderia representar uma ruptura histórica, mas fez outra
escolha.
Vejo a
atuação do Ministro Joaquim Barbosa com muita tristeza.Ele traiu a Constituição Federal, a qual jurou aplicar,
traiu a fé de brasileiros de bem, mas é protegido pela versão publicada por parte da imprensa, parcela que, pelos seus
motivos e interesses, ignora a verdade e transforma hipóteses em versões e essas
em verdades publicadas.
Essa parcela da imprensa é a mesma que naquele abril de
1964 apoiou o golpe militar, ou seja, essa gente é coerente e não se adapta à
democracia e defende seus privilégios com ferocidade, cooptando parcela da
classe média e personalidades como Joaquim Barbosa.
É triste é
ver Joaquim Barbosa, que poderia significar tanto, pôr-se a serviço da Casa-grande,
a serviço dos que ao longo da História do usaram a exploração e a
escravidão como instrumento de acumulação de riqueza.
Aliás, a História do ocidente nos coloca diante de um paradoxo (que bem
pode ser compreendido a partir da historiados EUA, onde Joaquim Barbosa
adquiriu recentemente um imóvel): a
democracia, no âmbito da comunidade branca, desenvolveu-se simultaneamente à
existência de relações de escravidão dos negros e deportação dos índios,
tanto que por trinta e dois anos, dos primeiros trinta e seis anos de vida dos
Estados Unidos, proprietários de escravos detiveram a presidência, assim como
foram os proprietários de escravos os que elaboraram a Declaração da
Independência e a Constituição (constituição tão elogiada pela nossa elite
colonizada em razão de sua concisão)
Joaquim Barbosa poderia representar uma ruptura histórica, mas fez outra
escolha. Ele optou pelos conceitos de "liberdade" e “igualdade” do
american way of live, os quais
nas palavras de Roosevelt são assim sintetizados:"Não chego a acreditar que os índios bons sejam apenas os índios mortos,
mas acredito que nove em dez sejam assim; e não gostaria de me aprofundar muito
sobre o decimo". Isso para não falar em John Hobson que afirmou
que a expansão colonial caminha paralelamente ao "extermínio das raças inferiores que não podem ser exploradas com
lucro pelos colonizadores brancos superiores."
Assim são a democracia e a liberdade na qual o tal
liberalismo ou neoliberalismo, acredita, não há outra forma de ver os fatos e,
esses são os apoiadores de Joaquim Barbosa.
Joaquim Barbosa me faz lembrar o quadro "A Captura de Cristo", em que Caravaggio retrata o beijo Judas Iscariotes que antecedeu a traição a
Jesus. A Traição é uma forma de decepção, é o rompimento ou violação da
presunção de um contrato cujo fundamento é a verdade e a confiança. Ser
traído ou sentir-se traído produz conflitos morais e psicológicos entre os
relacionamentos individuais, entre organizações ou entre indivíduos. Geralmente a traição uma ruptura completa da decisão
anteriormente tomada ou das normas presumidas pelas outros. Os traidores de
todo gênero se esquecem da lei do retorno, ou de causa e efeito... Traidores,
pobres traidores e traidoras, pois “quem
semeia ventos, colhe tempestades”.
Todo preso tem como
direito a proteção contra qualquer forma de sensacionalismo.
Faço essa introdução para lembrar que todo preso tem como
direito a "proteção contra qualquer forma de sensacionalismo", nos
termos do artigo 41 da Lei de Execução Penal.
Por
isso a revista VEJA violou essa regra e o princípio da privacidade do condenado
no cumprimento de sua pena. E deve responder civil e criminalmente por isso.
Não sendo assim o fato poderá tornar-se um precedente é perigoso.
O
triste é ver parcela da imprensa se prestando um desserviço cada vez maior à
democracia. Por quê? Quais interesses representam? O que estão a dissimular?
O
ex-ministro José Dirceu teve sua imagem devassada e é apresentado pela revista
como inimigo público número “1” do Brasil há pelo menos dois anos. Por quê?
Quais interesses por traz disso?
Vejam que para assegurar o cumprimento do art. 5º, inciso III, da Constituição Federal brasileira, que estabelece que ninguém será submetido a tratamento desumano ou degradante, e considerando que constitui direito das pessoas sob custódia do Estado a proteção contra qualquer forma de sensacionalismo o Ministério Público do Estado da Bahia expediu uma recomendação ao Comando-Geral da Polícia Militar (PM), delegado-geral da Polícia Civil e Corregedorias-Gerais da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e da PM para que adotem as medidas administrativas necessárias à observância dos preceitos legais que vedam a exposição pública e indevida de presos. Essa preocupação e zelo não chegaram à Papuda.
Vejam que para assegurar o cumprimento do art. 5º, inciso III, da Constituição Federal brasileira, que estabelece que ninguém será submetido a tratamento desumano ou degradante, e considerando que constitui direito das pessoas sob custódia do Estado a proteção contra qualquer forma de sensacionalismo o Ministério Público do Estado da Bahia expediu uma recomendação ao Comando-Geral da Polícia Militar (PM), delegado-geral da Polícia Civil e Corregedorias-Gerais da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e da PM para que adotem as medidas administrativas necessárias à observância dos preceitos legais que vedam a exposição pública e indevida de presos. Essa preocupação e zelo não chegaram à Papuda.
E na
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos
Deputados aprovou-se em 2012 uma proposta que torna crime de abuso de
autoridade o ato de constranger a pessoa submetida à custódia policial a se
deixar filmar ou fotografar por veículo de comunicação.
Será
que VEJA tenta afirmar que mídia
pode, impunemente, violar a privacidade de qualquer outro preso, em qualquer outro
presídio, a qualquer hora? Esse jornalismo
irresponsável pode ser muito útil para aqueles que buscam uma ruptura
institucional de viés totalitário e à direita.
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