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DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL



Após o processo eleitoral em Campinas, do qual, com méritos, sai vitorioso o PSB e     Jonas Donizette, é possível compartilhar com o leitor e com o prefeito eleito nossas inquietações e esperanças em relação ao necessário desenvolvimento econômico e social sustentado e sustentável de Campinas e da região.
Acredito num desenvolvimento fundado sempre no interesse público e nos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência.



Mas o que significa hoje desenvolvimento econômico e social sustentado e sustentável?

Acredito que não pode haver desenvolvimento econômico sem desenvolvimento social e que o desenvolvimento [econômico e social] sustentável é aquele compatível com o meio ambiente, com os valores culturais e históricos e me arrisco a dizer que é esse o único desenvolvimento válido e necessário, é esse o desenvolvimento que Campinas deseja e merece.

O Brasil apesar dos inegáveis avanços dos últimos vinte anos, especialmente aqueles verificados na ultima década, segue sendo um país desigual e isso se reproduz também em Campinas e em toda a Região Metropolitana de Campinas – RMC.

Ainda convivemos (hoje com mais indignação de todos nós e com políticas públicas muito melhores) com uma desigualdade que cruzou democracias e ditaduras, expansões e recessões econômicas, mas que encontrou seu ápice quando o desenvolvimento econômico foi substituído, como norte do país, pela estabilização financeira, mas esse tema fica para outro momento, voltemos a campinas.
Li com atenção o programa de governo entregue à Justiça Eleitoral pelo Prefeito eleito e me pareceu muito interessante, no que toca ao desenvolvimento, a previsão de a gestão municipal desenvolver-se a partir de “três grandes eixos: Desenvolvimento Humano; Desenvolvimento Econômico; Desenvolvimento com Preservação dos Recursos Naturais”, esse indicativo é indubitavelmente muito positivo.

No “eixo” Desenvolvimento econômico consta que a cidade está vocacionada para a pesquisa e para o desenvolvimento e a alta tecnologia, isso é uma verdade inquestionável e o incentivo e fomento a empresas de tecnologia é tarefa fundamental. Não se pode esquecer que temos universidades e institutos de pesquisa de alto gabarito, menos ainda podemos esquecer que a agenda do governo federal iniciou uma nova fase de desenvolvimento econômico e social no Brasil, em que se combinam crescimento econômico com redução das desigualdades social, que tem como característica principal é a retomada do papel do Estado no estímulo ao desenvolvimento e no planejamento de longo prazo, Campinas não pode fugir dessa lógica, até porque essa é a postura que a nossa constituição exige do poder público, como é possível ler no artigo 174 “Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”, aliás, a presença do poder público mostrou-se fundamental na crise de 2008 nos EUA e no processo de retomada do investimento e desenvolvimento no Brasil desde 2003.

E por isso, cheio de esperança e desejando sucesso ao prefeito eleito, acredito que o desafio é de fato “expandir e consolidar a implantação de parques de alta tecnologia, particularmente nos setores correspondentes já priorizados pelos governos federal e estadual...”, sem perder de vista a necessária harmonização de um projeto de Política Industrial com um plano estratégico, sempre em beneficio de Campinas e da RMC. 

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