Antes de partir para Portugal o Rei D. João VI teria dito seu filho que
tomasse ele a coroa “antes que algum
aventureiro lance mão” repetiu-se isso irrefletidamente como algo positivo
o longo do tempo, desde os bancos escolares.
Mas quem eram os aventureiros? Os aventureiros éramos nós, o povo
brasileiro. A gente como Tiradentes, Simon Bolívar, Artigas, Sucre, San Martin
O´Higginsque é a quem referiu-se D. João VI. Tiradentes e Simon Bolivar foram heróis
que lideraram revoluções de independência nos seus países, expulsando os
colonizadores em processos articulados dos países da região.
Talvez esse tenha sido o primeiro pacto de elite da nossa
história, no qual as elites mudaram a forma da dominação, para imprimir
continuidade a ela, sob outra forma política.
Naquele 1822 a monarquia ganhou quase sete décadas de sobrevida. Por conta
dessa decisão da elite tivemos dois monarcas descendentes da família imperial portuguesas,
ao invés de uma República, perdemos décadas de avanço institucional e
atrasou-se a construção de um Estado Nacional independente, os nossos colonizadores
não foram expulsos, mantiveram-se “pessoas de bem” e influenciam até hoje o
país.
E como sempre acontece com os pactos de elite, o povo é quem paga o seu
preço. Enquanto nos outros países do continente, as guerras de independência
terminaram imediatamente com a escravidão, esta se prolongou no Brasil até 1888
fazendo com que fossemos o último país a terminar com ela, uma vergonha que
interessava às elites, afinal o negro escravo era estoque de riqueza e não de
obra barata. Nesse intervalo de tempo foi proclamada a Lei de Terras, de 1850,
que legalizou, mediante a grilagem, aquela falcatrua em que o documento forjado
é deixado na gaveta e o cocô do grilo faz
parecer um documento antigo, todas as terras nas mãos dos latifundiários, bem
diferente do que aconteceu nos EUA por exemplo.
Ai vem o segundo pacto da elite: a República foi proclamada como um
golpe militar, que a população assistiu “bestializada”, segundo um cronista da
época, sem entender do que se tratava – o segundo grande pacto de elite, que
marginalizou o povo das grandes transformações históricas.
Outros pactos se seguiram a esses dois (a
História está ai para ser conhecida e compreendida, vou escrever sobre eles um
dia) e todos eles buscaram atender os interesses da elite nacional,
conservadora, preconceituosa e sem qualquer compromisso além da manutenção de
seus privilégios.
Estamos vivendo mais um pacto da elite que busca, com o diligente
concurso de parcela da mídia, tem desqualificar o governo de
esquerda, suas realizações e conquistas e criminalizá-lo.
Parabéns desqualificados e malfeitores da elite colonizada! Parabéns
imprensa marrom, que não tem compromisso com nada além dos seus lucros, vocês
venceram essa batalha, conseguiram pressionar e influenciar parcela do Supremo
Tribunal Federal e condenar sem provas o ex-ministro Zé Dirceu após campanha
midiática e demonstrações de absoluta ausência de princípios e valores.
Pasmem: o STF teve de “importar” uma teoria, jamais aplicada pelo
Supremo, para justificar a condenação sem provas de Zé Dirceu, uma vergonha a
submissão da mais alta corte do país aos interesses da elite.
A elite e seus vassalos desqualificados e malfeitores, empunharam as
bandeiras da versão da mentira condenaram antecipadamente
pessoas, mas não se enganem, o povo enquanto povo é muito melhor que a elite
enquanto elite, afinal nossos sonhos e desejos aproximam-se genuinamente
daquilo que chamamos de Deus, já os privilégios e interesses que vocês defendem
são e estão condenados afinal são o que são: estragados, corrompidos, estão
em decomposição, estão deteriorados, fétidos.
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