Durante
o VII Colóquio Internacional Marx-Engels realizado no final de julho pelo
Centro de Estudos Marxistas da Unicamp - CEMARX ouvi que vivemos num “estado de
guerra”, vivemos a III Guerra Mundial. Seria uma guerra de contornos únicos na
História. Seria uma Guerra econômica, Política e Ética, geradora de crises de
natureza cultural, moral, ética e econômica.
Essa
afirmação é capaz de produzir imagens bastante fortes, imagens que nos remetem
a uma necessária reflexão sobre a pertinência e adequação do que ocorre hoje
como resultado das escolhas realizadas nos anos 70, 80 e 90 quando o
liberalismo econômico, rebatizado de neoliberalismo
era tratado como o único caminho possível e adequado a partir do emblemático
fato “a queda do muro de Berlin”.
Há
toda uma geração de jovens que cresceu e vive sob a lógica dos interesses do
mercado e essa mesma geração, especialmente na Europa e nos EUA, convive com o
resultado das escolhas dos seus governantes. Na Espanha, por exemplo, há 42% de
desemprego involuntário entre os jovens de 25 a 35 anos e aquele país, assim
como outros da chamada “zona do euro”, tem taxas médias de desemprego
superiores a 22% para todas as faixas etárias, nos EUA não é diferente.
Esse
contexto tornou pertinente e ainda mais relevante o “colóquio”. A presença de centenas
de jovens de todo o mundo, revisitando a filosofia de Marx e Engels, comprova
essa afirmação. O marxismo é um caminho importante para reflexão sobre as alternativas
à lógica do mercado.
O papel fundamental da esquerda é
patrocinar a reconciliação do homem consigo mesmo, é uma meta irrenunciável,
afirmou um dos palestrantes, concordo com ele. E acredito que a esquerda, que
foi a espinha dorsal da resistência ao nazismo na Europa, tem esse papel
reconciliador e o papel de discutir a democracia
formal e a democracia substancial, para,
através desse debate, ultrapassarmos os limites institucionais na construção de
sociedades cujo centro de atenção e cuidado seja o ser humano e não o mercado.
E
não se trata de defender o “Humanismo” como ideologia, pois todo ser humano contém
uma centelha de humanidade ou, noutras palavras, o homem é naturalmente humano,
trata-se de fazer da humanidade algo justo e generoso, algo do qual possamos
nos orgulhar.
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