Acabei
de assistir novamente o filme A Lista de Schindler. O filme, que
completará vinte anos em 2013, conta a história de Oskar Schindler, um empresário alemão que salvou a vida de
mais de mil judeus durante o Holocausto ao
empregá-los em sua fábrica.
O filme, dirigido por Steven Spielberg e
escrito por Steven Zaillian, é baseado no romance Schindler's Ark escrito por Thomas Keneally. Penso que é um filme sobre a importância que
tem as nossas decisões, me refiro às decisões individuais, pois o filme ao
apresentar o Holocausto nos apresenta também a importância que as decisões de
uma pessoa podem ter para dezenas, centenas, milhares e milhões de outras
pessoas.
Há uma cena no filme e que Schindler prepare-se para
partir, cumpriu seu objetivo e o fez até com certa generosidade, pois fez
fortuna e manteve os “seus” judeus vivos. Na tal cena vemos diversas malas e
baús cheios de dinheiro sendo preparados para a partida de Oskar e sua mulher,
mas uma centelha de Deus, amor pelo próximo, faz com que ele tome uma decisão
que enche de esperança os nossos corações. Ele cria condições para evitar que
centenas de pessoas tenham outro destino que não Auschwitz, fez uma lista, gastou praticamente todo dinheiro
que ganhou durante a guerra para realizar essa empreitada heroica.
A decisão de Oskar Schindler mudou a vida de nove
ou dez centenas de pessoas.
É possível fazer um paralelo entre a decisão de
Schindler e a decisão do ex-presidente Lula de aprofundar os programas de transferência
de renda. Ambos que através de suas “listas”, de suas decisões salvaram vidas.
Seria mais cômodo para Schindler partir e para Lula
manter a política fiscal implementada a partir do Plano Real (cujo propósito era
apenas combater a instabilidade das contas públicas e garantir a
sustentabilidade da divida, independente dos valores dos juros e de câmbio),
mas eles tomaram a decisão heroica.
Lula ampliou as políticas de transferência de
renda. Decisão que rompeu paradigmas e enfrenta até hoje criticas de
conservadores, colonizados e ignorantes.
Sim, foi uma decisão de um homem e por conta dessa
decisão o Brasil observou uma expansão considerável
de políticas públicas de transferência direta de renda para a população pobre e
o país passou a viver uma revolução cidadã, pois os programas, apesar de
criticados quanto à efetividade, à sustentabilidade e aos possíveis impactos
adversos, são um sucesso.
As políticas de transferência de renda vêm se consolidando como
uma importante faceta do sistema de proteção social brasileiro e têm se
expandido consideravelmente nos últimos anos e gerado efeitos relevantes sobre
os índices de pobreza e desigualdade no país, embora não estejam isentos de
críticas ou problemas. Os programas possuem mecanismos administrativos próprios
de identificação e seleção de beneficiários.
O lado positivo dos programas é indiscutível. Seus impactos sobre
pobreza e desigualdade são visíveis. Basta dizer que as transferências
beneficiam cerca de um quarto das famílias brasileiras e seu custo está próximo
de 1% do PIB, o que é muito pouco. O nível atual de gasto com as políticas de
transferência de renda, portanto, ainda pode ser expandido.
Não há duvidas sobre a importância dos programas de transferência
de renda e sua efetividade como política pública, afinal são praticamente 13
milhões de família beneficiadas pela decisão de um homem.
É uma lista um pouco mais extensa que a de Schindler...
Gostei do texto e do paralelo, a. An do filme foi muito além da proposta do Diretor. Parabéns! Bjs
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