O nosso tempo deve ser entendido a partir da queda do muro de Berlim quando passamos de um mundo bipolar para um mundo de lógica única, com hegemonia norte-americana, a passagem de um modelo de Estado regulador, que buscava Estado-de-bem-estar social, para um mundo de lógica neoliberal (que produziu a crise de 2008, a qual ainda não terminou, sua segunda onda está próxima e afirmam os especialistas que ela trará mais destruição estrutural e desorganização social).
O curioso é que a vitória do capitalismo sobre o que se chamava de socialismo, com certeza em razão da natureza do sistema vitorioso, não garantiu a expansão do capitalismo e muito menos o tão sonhado retorno aos “anos de ouro do capitalismo”, o que se viu foi a transferência de recursos do setor produtivo para o setor especulativo e muito por conta disso o mundo vive um ciclo recessivo com espasmos de desenvolvimento.
Os EUA são a única grande potência, mas há uma evidente decadência do modelo estadunidense, mas outra nação não se apresentou com características de liderança mundial, há uma hegemonia capitalista sim, mas sem capacidade de expansão sustentável. O sistema revela seus limites e debilidades a todo tempo, não cresce e destrói, produz crises e mais crises.
Mas qual a alternativa ao capitalismo? Não há respostas, não há alternativas superadoras temos de viver esse momento da história e aprender com ele, debatê-lo. Ou seja, apesar de o modelo neoliberal ter se mostrado ineficiente não há o novo, os EUA estão em decadência, mas não há um substituto o que gera um quadro paradoxal e instável que vivemos. Os EUA triunfaram na guerra-fria, foi um triunfo econômico e ideológico que acabou gerando confusão entre Democracia e Democracia liberal e entre economia e economia capitalista de mercado, há um consenso produzido que essas categorias significam a mesma coisa, o que não é verdade.
O tempo é das certezas fabricadas, dos consensos universais, dos monopólios. Há o monopólio das armas (guerras e cultura do conflito, que interessam ao sistema econômico que não tem passou a não ter relação com o social), o monopólio do dinheiro (onde tudo se mercantiliza) e o monopólio da palavra (monopólio privado e mercantil de produção de consensos e de divulgação do modo de vida americano, do consumo, dos shoppings Center, etc.).
A America Latina tem experiências ricas e alternativas a tudo isso e nos libertando da certeza produzida de que “lá é melhor” poderemos refletir sobre nossas experiências e alternativas a esse tempo de certezas e consensos produzidos apenas para vender um estilo de vida que talvez não seja o melhor para a humanidade.
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