Já escrevi aqui que José de Castro Mendes, ou Zeca Mendes, personalidade que empresta seu nome ao nosso teatro eternamente em obras, o TEATRO CASTRO MENDES, era funcionário do IAC - Instituto Agronômico de Campinas e amigo do meu avô Pedro Maciel.
Zeca Mendes era jornalista, escritor, pintor, músico e fotografo. Zeca Mendes era sobrinho-neto de Antônio Benedito Castro Mendes proprietário da afamada Casa Livro Azul, loja importadora de instrumentos musicais e sempre aberta à produção cultural da cidade. Será que Francisco de Lagos sabe quem foi Zeca Mendes?
Enfim, gostei de saber que me avô teve uma convivência válida com alguém como Zeca Mendes.
E pesquisando na web descobri que Zeca Mendes colaborou com a revista modernista A ONDA publicada pelo pai de minha mãe, meu avô Hildebrando Siqueira. Coincidência somente possível àqueles que vivem e convivem honestamente na cidade, para além de datas e através do sempre.
O Teatro Municipal Castro Mendes deveria ser o maior e principal teatro público da cidade de Campinas. Localizado emblematicamente na Vila Industrial, foi inaugurado em 1974, 9 anos após a demolição do Teatro Municipal da cidade, numa tentativa de suprir a lacuna deixada por este. Possui capacidade para 831 espectadores, mas está abandonado.
O Teatro foi adaptado a partir do prédio do antigo cinema da Vila Industrial, o Cine Casablanca, não possui traços arquitetônicos marcantes, nem a boa acústica, mas era o nosso espaço de convivência, espaço de cultura e democrático.
Em meados de 2007, após encontrar-se no mais completo abandono, o teatro foi fechado para reformas, as quais não há data definida para o término. A nova Secretária Municipal de Cultura já posou para fotos com “capacete de engenheiro”, mas ninguém explica porque a obra nunca termina se, além do dinheiro público da cidade, a PETROBRAS fez doação em dinheiro para a reforma.
Bem, no teatro Castro Mendes recebeu “Semanas Jurídicas” memoráveis no ocaso da ditadura militar. Os amigos Marcos Grella, José Roberto Albejante, Claudio Pedrassi e Ricardo Hoffmann por certo lembram-se daquelas noites... Hoje eles e outras são membros do Ministério Público e da Magistratura e podem, querendo, indignar-se também. O teatro Castro Mendes recebeu, por exemplo, Teotônio Vilela, o Menestrel de Alagoas, com quem tive (ao lado do amigo Biléo Soares) a honra de compartilhar momentos inesquecíveis.
As solenidades de colação de grau minha e da Celinha, amor da minha vida, aconteceram lá. Assim como muitos shows, peças de teatro... Lá assistimos Bibi Ferreira interpretar “Piaf” e lá ouvimos o PREMÊ... E lá fizemos os planos de um amor perfeito.
Mas o fato é que Zeca Mendes, assim como todos aqueles que amam Campinas, deve estar “fulo” da vida na vida eterna com o excesso de discursos e promessas e a inexistência de efetividade de ações na área da cultura, especialmente depois que o tal Francisco de Lagos chegou na bagagem do bom Prefeito Hélio.
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