Não é exatamente um segredo que após a 2ª. Guerra Mundial a CIA passou a financiar artistas e intelectuais de direita, mas o que eu não sabia, confesso que nem desconfiava, é que a CIA também financiou personalidades de centro e de esquerda, num esforço de cooptação e para afastar esses intelectuais do comunismo e aproximá-los do American way of life, mas essa é a conclusão de Frances Stonor Sauders, formada em Oxford em 1987 e residente em Londres, no seu livro “Quem pagou a conta? A CIA na Guerra fria da Cultura”, ed. Record. Terminei de ler o livro faz algumas horas.
O livro é muito interessante e desmascara a Fundação Ford, dentre outras, e, é possível que tenhamos a descobrir que Fernando Henrique Cardoso, e muita gente mais, se corrompeu, vendeu-se à CIA por um punhado de dólares. Isso porque a autora detalha que a CIA promoveu congressos culturais, exposições e concertos, bem como as razões que levaram os EUA a estimular a publicação e tradução naquele país de autores alinhados com o governo americano a patrocinar arte abstrata, como tentativa de reduzir espaço para qualquer arte de conteúdo social.
Noutro livro, que ainda não li, mas tomei contato com o overview, chamado "Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível", da jornalista francesa Brigitte Hersant Leoni (Editora Nova Fronteira, Rio, 1997, tradução de Dora Rocha), há a seguinte narração: "Numa noite de inverno do ano de
1969, nos escritórios da Fundação Ford, no Rio, Fernando Henrique teve uma conversa com Peter Bell, o representante da Fundação Ford no Brasil. Peter Bell se entusiasma e lhe oferece uma ajuda financeira de 145 mil dólares. Nasce o CEBRAP". Esta história estaria contada na página 154 do citado livro de Brigitte Hersant e somada à densa pesquisa da pesquisadora inglesa Frances Stonor Saunders nos revela que possivelmente o Brasil tenha sido governado por oito anos por um intelectual corrupto, cooptado pela CIA em fevereiro de 1.969, e quem "pagava a conta" de Fernando Henrique e do seu CEBRAP era a CIA, através da Fundação Ford.
E não se pode esquecer que em dezembro de 1968 a ditadura havia lançado o AI-5 e jogado o Brasil no máximo do terror do golpe de 64, desde o início financiado, comandado e sustentado pelos Estados Unidos.
E enquanto centenas de cassações e suspensões de direitos políticos estavam em curso, com prisões lotadas, Fernando Henrique recebia da poderosa e notória Fundação Ford a primeira parcela de 145 mil dólares para fundar o CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) de um total de quase 1 milhão de dólares.
O jornalista Sebastião Nery afirma que “Os americanos não estavam jogando dinheiro pela janela. Fernando Henrique já tinha serviços prestados. Eles sabiam em quem estavam aplicando sua grana. Com o economista chileno Faletto, Fernando Henrique havia acabado de lançar o livro "Dependência e desenvolvimento na América Latina", livro que tenho e li faz algum tempo, no qual os dois defendem a tese de que países em desenvolvimento ou mais atrasados poderiam desenvolver-se mantendo-se dependentes, ou alinhados, aos países mais ricos. Como os Estados Unidos.
Cheio da grana, fruto da venda de sua alma, Fernando Henrique logo se tornou uma "personalidade internacional" e passou a dar "aulas" e fazer "conferências" em universidades norte-americanas e européias. Era "um homem da Fundação Ford", ou melhor, da CIA.
E o que era a Fundação Ford? Uma instituição a serviço da CIA, um dos braços da CIA, o serviço secreto dos EUA, esse foi o Presidente do Brasil? Enfim, um intelectual corrupto.
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