A crise inspiracional de um diretor de cinema é o tema de "Fellini 8 e 1/2". Acabei de assistir. Marcello Mastroiani, é Guido um artista cujo único comprometimento é com sua arte. Mas ele não tem certeza se ainda há algo importante a ser dito... Em razão disso ele entra numa crise de criação que bloqueia a pré-produção de seu novo filme.
Buscando em suas raízes biográficas elementos possíveis para constituir um possível roteiro, Guido acaba mergulhando em memórias confusas, em devaneios oníricos e numa aporia mais do que filosófica.
Para mim é difícil falar sobre os filmes de Fellini, pois são filmes aparentemente sem trama, com quadros potencialmente desconexos e com personagens estilizadas. É neste clima turbulento e confuso que 8 1/2 faz transparecer suas preocupações vitais acerca do papel de uma obra de arte.
Acredito que a arte é fundamental à humanidade não como instrumento de transformação propriamente, mas como sinal de que a transformação está em curso ou que já aconteceu. O artista, antes de todos nós, é capaz de captar isso e perenizar através de sua obra... Por isso a obra de arte emociona, escandaliza, etc.
Comentários
Postar um comentário