O ano era 1.982, eu estava na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais da PUC Campinas e com 18 anos acreditava na eternidade, nas múltiplas possibilidades de felicidade, afinal a cada dia descobria tantas coisas, conhecia tanta gente boa que como eu sonhava em fazer a diferença no mundo e tudo começava lá, no nosso mundo, no Pátio dos Leões da PUC Central.
Bem, naquele ano vencemos as eleições para o Diretório Acadêmico XVI de Abril, mas perdemos as eleições para o DCE, fui eleito delegado nos Congressos da UEE, UNE e no ENED – Encontro Nacional dos Estudantes de Direito; em 1982 comecei o meu estágio no escritório de meu tio Xyco, o Professor Francisco Isolino de Siqueira e conheci Celinha, amor da minha vida, minha mulher e companheira justa e generosa.
Naquele ano mágico lutamos pela eleição de Lula para o Governo de São Paulo, mas o eleito foi o então Senador Franco Montoro, mas não é sobre isso que quero escrever hoje.
Foi em 1.982 que conheci o hoje Vereador Biléo Soares.
Acredito na sorte como uma força divina reguladora dos acasos, e um desses acasos nos aproximou e nos tornamos amigos de verdade.
Eu no PT, ele no PMDB (depois ele ajudou a fundar o PSDB) nem sempre temos a mesma opinião sobre muitas coisas, mas o afeto é o fundamento do nosso relacionamento. Afeto e respeito.
Nessa linha não é exagero afirmar que Biléo Soares é um exemplo de pessoa com muitas virtudes, aliás o tema das virtudes é clássico na Filosofia Moral e não é demais lembrar que as virtudes não dizem diretamente respeito às ações morais, mas aos traços de caráter desejáveis para que elas sejam realizadas. Mais ainda, em certos sistemas éticos, como o de Aristóteles, algumas são evocadas como condição necessária para o alcance e usufruto da "vida boa".
Das virtudes de Biléo eu poderia escrever sobre a sua honestidade, seu senso de justiça, o quanto ele valoriza a amizade, o quanto lhe custou pessoalmente ser leal e fiel. Todas virtudes suas e que conferem marca indelével à sua vida pessoal e política, mas essas são apenas virtudes humanas e a sua virtude mais marcante é a generosidade uma virtude divina, segundo o filosofo Comte-Sponille.
Mas o que é ser generoso? O que a generosidade? A generosidade é a virtude do dom.
As pessoas generosas como Biléo são naturalmente justas, mas tem também a capacidade divina de perceber que não basta “atribuir a cada um o que é seu”, como dizia Spinoza a propósito da virtude da justiça, mas vão além e oferecem a quem necessita não apenas o que lhe cabe, mas o que lhe falta.
Assim é Biléo Soares uma pessoa de alma generosa, capaz de renunciar ao que por direito lhe pertence entregando o que é seu por entender que o outro necessita, que ao outro falta algo.
E por que Biléo é assim?
Porque ele tem consciência de sua grandeza, de importância, porque é liberto de bobagens como vaidade e orgulho, porque tem consciência de si mesmo como irmão de todos, porque é dono de uma alma livre e responsável.
A generosidade, como todas as virtudes é plural, e nesse sentido a generosidade de Biléo é igualmente plural, ela é também coragem, heroísmo, equidade, compaixão, benevolência, misericórdia e doçura. A generosidade de Bileo é, em síntese: bondade.
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