Posso estar completamente enganado, mas meus filhos e sua geração carregam uma sensação desalentadora em seus corações... Penso que eles têm a sensação de que nada realmente importante resta a fazer no quadrante da Política, pois todas as oportunidades mais nobres e brilhantes já teriam sido exploradas e exauridas pelas gerações anteriores, afinal não há uma ditadura a ser vencida, a democracia estaria sendo consolidada e teríamos, inclusive, o segundo presidente progressista ocupando o Palácio do Planalto depois da abertura e fim do regime militar, tanto que poucos jovens criativos e de alma libertária buscam atuar politicamente.
Em razão disso eles vivem um dilema: “ou se tornam meros zeladores dos monumentos” que lhes legou a História ou, então, “libertam-se desse passado, sem condições de sobrepujá-lo”.
O professor Roberto Mangabeira Unger no seu livro “O Direito na sociedade Moderna” fala sobre esse sentimento, que chama de “o ônus do passado na Teoria Social” (Ed. Civilização Brasileira, 1.979, p.11), mas alerta para o fato de que esse dilema “na história do pensamento especulativo” assume forma característica... Seus discípulos podem tornar-se meros exegetas dos textos clássicos, mas roídos pelo remorso de haverem perdido a autonomia, ou, por outro lado, podem passar a adotar a especialização como uma espécie de evitar comparações, mas numa posição ou noutra ponto negativo é que estamos diante da renuncia do vigor e generosidade intelectual e exemplo de coragem que somente a juventude pode legar à geração seguinte.
O cineasta David Fincher no seu filme “CLUBE DA LUTA” nos diz, através do personagem de Brad Pit, algo como: “... somos uma geração sem peso na história, não temos uma guerra mundial, não temos a grande depressão, nossa guerra é espiritual, nossa depressão são nossas vidas...” e por ai vai.
Esse sentimento não corresponde à realidade ou às necessidades desse mundo, do nosso mundo ou das infinitas possibilidades da ação Política que tenha como protagonista a juventude.
Pedro Benedito Maciel Neto
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