O substantivo masculino “elogio” tem origem no latim elogiu e significa “fazer um discurso em louvor de alguém”, pretendo fazer dessa crônica um elogio a Francisco Isolino de Siqueira, pelas razões que explico abaixo.
Numa noite dessas estive na Acadêmica Campinense de Letras para ouvir a palestra do acadêmico Francisco Isolino de Siqueira, meu tio mais querido, irmão mais velho de minha mãe e pessoa cujo exemplo foi, é e será inspiração para mim e para todos que podem ou puderam validamente conviver com ele, ou mesmo aqueles que, como eu, não convivendo tanto podem tê-lo onipresente em seus corações.
Voltemos aos fatos motivadores desse elogio.
Chegando à academia tomo conhecimento que o tema da palestra, mais uma vez, é o quão significativa foi a vida de Hildebrando Siqueira, seu pai, meu avô e Patrono da cadeira n. 8.
É verdade que o Professor e Jornalista Hildebrando Siqueira foi segundo Francisco Ribeiro Sampaio, um dos mais preclaros professores com que contou o magistério paulista, um intelectual que - de acordo com importante trabalho acadêmico de Eustáquio Gomes - teve significativa participação no movimento modernista, um homem descrito também como alguém esquecido das coisas práticas e que, por conta disso, era capaz de por horas sem conta burilar frases ou esmiuçar os conhecimentos da língua pátria, debruçado sobre os livros sempre amigos.
Menotti Del Picchia, amigo de meu avô, escreveu no CORREIO PAULISTANO em 1.930 que Hildebrando Siqueira “pertence ao ‘clan’ dos Alvaros Moreiras”, e continua dizendo que Hildebrando escreve com graça e pensa com sagacidade.
Mas foi de sua filha a Professora Maria Zélia, minha queridíssima tia Zélia, a descrição mais carinhosa. Emocionada, ela que o perdeu quanto tinha apenas onze anos, o descreveu como um pai amoroso, calmo e presente.
Ontem ouvi novamente o quão válida e significativa foi a curta vida de meu avô, que faleceu aos 42 anos de idade.
Mas a apresentação do palestrante, feita pelo acadêmico Rubem Costa, tratou-o como coadjuvante, o que me causou um incomodo grande, pois Isolino Siqueira jamais foi ou será coadjuvante, ele é e será sempre protagonista, em vários sentidos.
Francisco Isolino Siqueira é protagonista, como no grego protagonistés, que significa o principal lutador, ele desempenha e desempenhou protagonismo na vida de tantos, influenciando e interferindo valida e construtivamente.
Evidentemente não o conheci meu avô, mas ele deve realmente ter sido uma pessoa especial, pois sua memória segue viva mesmo após mais de sessenta anos de sua morte. Mas como? Por que meu tio Francisco Isolino de Siqueira, renunciando a si próprio, dedicou-se à dupla missão, por primeiro ainda menino tornou-se o homem e o provedor de tantos, para em seguida, garantida a dignidade da família, honrar o nome de seu pai.
Talvez impressionado e pressionado pelas palavras de Francisco Ribeiro Sampaio, que quando da posse de meu tio na academia disse “se não tivemos a ventura de nos pôr de presença a presença de Hildebrando Siqueira neste grêmio literário, hoje, por um desses eventos felizes que nos arma a Providência, temo-lo entre nós na poltrona esmaltada e sobredoirada pelo seu fulgido nome e ocupada pelo filho e que ele continua.”, tenha deixado em segundo plano sua própria obra, o seu inegável valor intelectual, sua capacidade criativa e a originalidade de seu texto, renunciando a si próprio para dar-se sempre e cada vez mais.
Voltei para casa pensando nisso.
Quantos de nós seríamos capazes conter a vaidade, sentimento tão humano, e exercitar por toda uma vida o amor e a generosidade, dando tanto e recebendo tão pouco?
Francisco Isolino de Siqueira intelectual ativo, criativo e original, autor de mais de 1.200 crônicas publicadas semanalmente nos jornais de Campinas por mais de duas décadas, dedicou sua vida a honrar a memória de seu pai, mas isso não reduz a sua importância como intelectual, jornalista, professor, advogado brilhante e fundamentalmente exemplo de virtude.
Assim é Francisco Isolino de Siqueira, um intelectual a ser compreendido, conhecido, revelado, descoberto, amado, odiado, construído, desconstruído, estudado, abandonado, resgatado, pois sua obra é original, seu texto único e sendo ele original e virtuoso é merecedor desse elogio e de uma reflexão: por que não dar perenidade à sua magnífica obra organizando as crônicas dando a elas forma de livros?
Numa noite dessas estive na Acadêmica Campinense de Letras para ouvir a palestra do acadêmico Francisco Isolino de Siqueira, meu tio mais querido, irmão mais velho de minha mãe e pessoa cujo exemplo foi, é e será inspiração para mim e para todos que podem ou puderam validamente conviver com ele, ou mesmo aqueles que, como eu, não convivendo tanto podem tê-lo onipresente em seus corações.
Voltemos aos fatos motivadores desse elogio.
Chegando à academia tomo conhecimento que o tema da palestra, mais uma vez, é o quão significativa foi a vida de Hildebrando Siqueira, seu pai, meu avô e Patrono da cadeira n. 8.
É verdade que o Professor e Jornalista Hildebrando Siqueira foi segundo Francisco Ribeiro Sampaio, um dos mais preclaros professores com que contou o magistério paulista, um intelectual que - de acordo com importante trabalho acadêmico de Eustáquio Gomes - teve significativa participação no movimento modernista, um homem descrito também como alguém esquecido das coisas práticas e que, por conta disso, era capaz de por horas sem conta burilar frases ou esmiuçar os conhecimentos da língua pátria, debruçado sobre os livros sempre amigos.
Menotti Del Picchia, amigo de meu avô, escreveu no CORREIO PAULISTANO em 1.930 que Hildebrando Siqueira “pertence ao ‘clan’ dos Alvaros Moreiras”, e continua dizendo que Hildebrando escreve com graça e pensa com sagacidade.
Mas foi de sua filha a Professora Maria Zélia, minha queridíssima tia Zélia, a descrição mais carinhosa. Emocionada, ela que o perdeu quanto tinha apenas onze anos, o descreveu como um pai amoroso, calmo e presente.
Ontem ouvi novamente o quão válida e significativa foi a curta vida de meu avô, que faleceu aos 42 anos de idade.
Mas a apresentação do palestrante, feita pelo acadêmico Rubem Costa, tratou-o como coadjuvante, o que me causou um incomodo grande, pois Isolino Siqueira jamais foi ou será coadjuvante, ele é e será sempre protagonista, em vários sentidos.
Francisco Isolino Siqueira é protagonista, como no grego protagonistés, que significa o principal lutador, ele desempenha e desempenhou protagonismo na vida de tantos, influenciando e interferindo valida e construtivamente.
Evidentemente não o conheci meu avô, mas ele deve realmente ter sido uma pessoa especial, pois sua memória segue viva mesmo após mais de sessenta anos de sua morte. Mas como? Por que meu tio Francisco Isolino de Siqueira, renunciando a si próprio, dedicou-se à dupla missão, por primeiro ainda menino tornou-se o homem e o provedor de tantos, para em seguida, garantida a dignidade da família, honrar o nome de seu pai.
Talvez impressionado e pressionado pelas palavras de Francisco Ribeiro Sampaio, que quando da posse de meu tio na academia disse “se não tivemos a ventura de nos pôr de presença a presença de Hildebrando Siqueira neste grêmio literário, hoje, por um desses eventos felizes que nos arma a Providência, temo-lo entre nós na poltrona esmaltada e sobredoirada pelo seu fulgido nome e ocupada pelo filho e que ele continua.”, tenha deixado em segundo plano sua própria obra, o seu inegável valor intelectual, sua capacidade criativa e a originalidade de seu texto, renunciando a si próprio para dar-se sempre e cada vez mais.
Voltei para casa pensando nisso.
Quantos de nós seríamos capazes conter a vaidade, sentimento tão humano, e exercitar por toda uma vida o amor e a generosidade, dando tanto e recebendo tão pouco?
Francisco Isolino de Siqueira intelectual ativo, criativo e original, autor de mais de 1.200 crônicas publicadas semanalmente nos jornais de Campinas por mais de duas décadas, dedicou sua vida a honrar a memória de seu pai, mas isso não reduz a sua importância como intelectual, jornalista, professor, advogado brilhante e fundamentalmente exemplo de virtude.
Assim é Francisco Isolino de Siqueira, um intelectual a ser compreendido, conhecido, revelado, descoberto, amado, odiado, construído, desconstruído, estudado, abandonado, resgatado, pois sua obra é original, seu texto único e sendo ele original e virtuoso é merecedor desse elogio e de uma reflexão: por que não dar perenidade à sua magnífica obra organizando as crônicas dando a elas forma de livros?
Comentários
Postar um comentário