“Aos oito anos todo menino é guerreiro,
aos quinze somos todos poetas,
depois disso nem sempre somos alguma coisa.”
(Hildebrando Siqueira, 1930)
aos quinze somos todos poetas,
depois disso nem sempre somos alguma coisa.”
(Hildebrando Siqueira, 1930)
Muitos amigos comentaram o LEMBRANÇA DO PATIO DOS LEÕES postado recentemente. As minhas lembranças, incompletas e imprecisas, despertaram nesses bons amigos outras lembranças, igualmente queridas, de um tempo que não precisa voltar porque ainda vive nos nossos corações e na nossa memória.
Confesso que fiquei surpreso com a quantidade comentários, pois penso que noutros artigos trato de assuntos mais importantes e relevantes, necessários à reflexão de todos e de cada um.
Nos contatos alguns amigos diziam: - No próximo artigo conte a historia do ..., outros me corrigiram a imprecisão, etc e tal. Mas em cada um dos contatos senti muito carinho, não necessariamente em relação a mim, mas principalmente em relação à época em que nós jovens e com a vida toda pela frente alimentávamos nossos dias com certezas, sonhos e esperanças.
Comentei esse fato e a repercussão com o meu pai, ele ouviu atentamente e disse: - Filho, não se trata de manifestação de amizade, mas de afeto, tanto a você quanto àquela época. Não entendi e pensei em discordar, mas como já não tenho a necessidade de discordar a priori de tudo que não compreendo disse a ele simplesmente que não havia entendido e pedi que ele me explicasse o ponto de vista dele.
E ele, ajeitando-se no sofá da sala de estar, suspirou e disse: - Estou falando sobre virtudes. A amizade e o afeto são virtudes. E cada uma das virtudes pode ser ensinada, mais pelo exemplo e pela vida do que pelos livros, por isso é maravilhosa a vida e os ensinamentos de cada dia. As pessoas que se manifestaram sobre o seu artigo, seja por telefone ou por e-mail, podem ser seus amigos ou não, porque a ‘amizade’ é o caminho necessário ao exercício cotidiano do afeto, do amor. Seu exercício requer tempo, esforço e trabalho para manutenção da amizade. A amizade é uma forma de amor, mas é uma virtude da razão, ao passo que o afeto, ou amor, caminha por outra seara, é uma virtude divina, espontânea, sem estreiteza, sem limites, atemporal, que não depende de esforço ou trabalho para existir, as pessoas às quais você se refere tem uma ligação profunda com você, atemporal, estou falando de amor... E a gente aprende na 1ª. comunhão que ‘Deus é amor’, não é? Então, parabéns filhão! Mais do que amigos você ama e é amado, e isso é coisa de Deus.
Depois das palavras do meu pai ficamos em silêncio, pensei nos amigos, nas nossas histórias, nas aventuras e desventuras, nos momentos de comemoração pela vitória e nos momentos em que o que nos restava era disfarçar as lágrimas e seguir o caminho e conclui como é bom amar o caminho percorrido, as pessoas e as possibilidades.
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