Não sou economista, mas a crise pela qual passa o capitalismo global me parece mais séria do que gostaríamos de admitir. Trata-se, creio de verdadeiro colapso estrutura que revela a incapacidade do capitalismo, agora global em distribuir, com justiça e generosidade, a riqueza produzida pela ação humana.
Afirmo isso porque o que começou como uma crise financeira no centro do império rapidamente chegou à Europa, tanto à zona do Euro como fora dela, revelando-nos a cada dia que os profetas do “Fim da História” estavam errados.
Apenas para relambrarb: o Fim da História, como sabemos, é uma teoria iniciada no século XIX por Georg Wilhelm Friedrich Hegel e posteriormente retomada, no último quarto do século XX, no contexto da crise da historiografia e das Ciências Sociais no geral, segundo essa teoria estariamos diante do fim dos processos históricos caracterizados como processos de mudança.
Para Hegel isso iria acontecer no momento em que a humanidade atingisse o equilíbrio, representado, de acordo com ele, pela ascensão do liberalismo e da igualdade jurídica, mas com prazo indeterminado para ocorrer.
Retomada ao final do século XX, essa teoria já adquire caráter de situação ocorrida pois, de acordo com os seus pensadores, a História terminou no episódio da Queda do Muro de Berlim.
Naquele momento, os antagonismos teriam terminado pelo fato de, a partir de então, haver apenas uma única potência - os Estados Unidos da América - e, conseqüentemente, uma total estabilidade.
A idéia ressurgiu em um artigo, publicado em fins de 1989 com o título de "O fim da história” e, posteriormente, em 1992, com a obra "O fim da história e o último homem", ambos do estado-unidense Francis Fukuyama.
Fukuyama desenvolveu uma linha de abordagem da História, desde Platão até Nietzsche, passando por Kant e pelo próprio Hegel, a fim de revigorar a teoria de que o capitalismo e a democracia burguesa constituem o coroamento da história da humanidade.
Na sua ótica após a destruição do fascismo e do socialismo, a humanidade, à época, teria atingido o ponto culminante de sua evolução com o triunfo da democracia liberal ocidental sobre todos os demais sistemas e ideologias concorrentes. Em oposição à proposta capitalista liberal, restavam apenas os vestígios de nacionalismos (sem possibilidade de significarem um projeto para a humanidade) e o fundamentalismo islâmico (restrito ao Oriente e a países periféricos). Desse modo, diante da derrocada do socialismo, Fukuyama concluiu que a democracia liberal ocidental firmou-se como a solução final do governo humano, significando, nesse sentido, o "fim da história" da humanidade, errou feio.
Nesse contexto acredito seja importante que todos que acreditam em alternativas progressistas de sociedade reflitam sobre o que fazer para que o sociedade e não apenas o mercado tenham vez e voz daqui para frente.
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