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NICE E ISTAMBUL


Minha solidariedade às populações da França e da Turquia. 
Especialmente à de Nice, linda cidade da Côte d'Azur, cidade que conheci ao lado do meu amor e aplausos ao povo turco que corajosamente saiu às ruas defendeu sua democracia. 
Não podemos relativizar atos de terrorismo; são fatos inaceitáveis. 
É inegável que o terrorismo e a barbárie vêm se tornando fenômenos mundiais.  Eles podem chegar ao Brasil? Talvez já tenha chegado de outra forma... Só em 2012 morreram cerca de 60 mil pessoas no Brasil vítimas de violência.
A barbárie parece pautar as ações da tal humanidade.
Mas vamos à História... Cerca de 200 milhões de ameríndios foram mortos por espanhóis, ingleses e portugueses entre os séculos XVI e XX e com as bênçãos da santa amada igreja. O numero é tão assustador que algumas vezes parece ser mais fácil ignorar e não chorar essa vergonha e esses mortos.
Só no Peru no século XV viviam cerca de 9 milhões, mas após a chegada dos espanhóis no XVI a população nativa foi sendo dizimada e chegou a menos de 500.000 nativos no século XVII; naquilo que era chamado de Nova Espanha (México e América Central) a população era de 25 milhões de pessoas antes da conquista e no século XVIII os nativos representavam um total de 2,5 milhões, neste caso as epidemias novamente foram o fator mais destrutivo, mas muitos nativos morreram em combate ou escravidão.
A ação portuguesa, não foi menos bárbara. Dizimou grande parte da população nativa do Brasil, estima-se que havia 10 milhões de índios e atualmente existem cerca de 500 mil.
Na América do norte as estatísticas indicam que havia cerca de 10 milhões de nativos e poucos sobraram já que na terra dos bravos a máxima usada para justificar o processo de extermínio era “índio bom, é índio morto”.
Mais de 20 milhões de africanos foram sequestrados escravizados, sem que isso causasse indignação às pessoas de bem entre os séculos XVI e XX. A escravidão no Brasil perdurou por 388 anos...
Inocentes aos milhares foram queimados nas fogueiras da "santa" inquisição.
Mais de 50 milhões morreram nas duas grandes guerras. A interesse de quem?
Apenas civis e aos milhares, morreram em Hiroshima e Nagasaki vítimas da bomba atômica.
Cerca de 25 milhões de soviéticos e chineses morreram vítimas do totalitarismo.
Incontáveis comunistas e socialistas foram presos e desapareceram nos EUA no período do macarthismo.
A gerações inteiras a liberdade foi negada graças a ditaduras cruéis apoiadas pelas grandes potências e seus interesses impublicáveis, especialmente na América Latina e África.
Guerra da Coréia, Guerra do Vietnã, Invasão à Baía dos Porcos, Invasão ao Afeganistão, "Guerra Ira x Iraque", colônias europeias na África e Índia também semearam ódio e ressentimento são outros exemplos da barbárie.
No Iraque desde 2001 morreram cerca de 350 mil civis, especialmente mulheres, crianças e idosos. Tudo com apoio da Inglaterra, Espanha e França...
A guerra na Síria já provocou mais de 191 mil mortes, segundo a ONU (mas há outra contagem que anuncia 318.910 mortes documentadas), bem todos nós temos amigos sírios e libaneses, mas esse fato não repercute como deveria entre nós. O numero de mortos na Síria reflete a barbárie humana e tudo acontece na terra natal dos meus amigos Fawaz e Nawaf, onde ainda vivem seus irmãos e irmãs, sobrinhos e sobrinhas; um conflito interno que estaria sendo fomentado e financiado por interesses ocidentais, segundo o presidente sírio, mas independentemente dessa consideração entre 120 mil a 250 mil civis morreram nesse conflito, mulheres, crianças e idosos.
A humanidade SEMPRE esteve a desafiar a vida é a desprezar o outro, como se o outro não fosse tão importante quanto eu, apesar das nossas diferenças.
Dai a necessidade de falarmos sobre a Cultura da Paz.
A Cultura de Paz é um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida baseados no respeito à vida, no fim da violência e na promoção e prática da não-violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação; no pleno respeito aos princípios de soberania, integridade territorial e independência política dos Estados e de não ingerência nos assuntos que são, essencialmente, de jurisdição interna dos Estados, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional; no pleno respeito e na promoção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais; no compromisso com a solução pacífica dos conflitos; nos esforços para satisfazer as necessidades de desenvolvimento e proteção do meio-ambiente para as gerações presente e futura; no respeito e promoção do direito ao desenvolvimento; no respeito e fomento à igualdade de direitos e oportunidades de mulheres e homens; no respeito e fomento ao direito de todas as pessoas à liberdade de expressão, opinião e informação; na adesão aos princípios de liberdade, justiça, democracia, tolerância, solidariedade, cooperação, pluralismo, diversidade cultural, diálogo e entendimento em todos os níveis da sociedade e entre as nações.

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