A situação
política instável influi no humor do mercado e dá à crise econômica dimensão
ainda maior do que ela tem; há descontentamento da classe média, fomentado
diariamente por seguimento importante da imprensa; o país vive a voltas com
denúncias de corrupção em órgãos federais, estaduais e municipais. Esses ingredientes
compõem o quadro político atual mantendo a classe política, o STF e a sociedade
sob forte tensão. Convivemos com surpresas e sobressaltos e sob a permanente fustigação
de uma imprensa cada vez mais partidarizada.
Mas isso
tudo não seria tão trágico se não tivéssemos instalado em Curitiba um Tribunal do Santo Oficio, um “tribunal”
que se desqualifica a cada semana como órgão do Poder Judiciário, o que envergonha
as polícias, o ministério público e todos os Juízes desse país.
Por quê?
Porque já ficou evidenciado que o
objetivo dos “tomás de torquemada de Curitiba”
não é investigar, denunciar e punir corruptos e corruptores, trata-se na
verdade de uma caça imoral ao ex-presidente Lula e de um encadeamento de atos e
encenações que buscam convencer a país que os 13 anos do PT no governo
resumem-se a esses malfeitos.
Uma
ressalva: apenas os corruptos, os corruptores e os imbecis de todo gênero são
contrários a investigações que punam os malfeitores, por isso temos de apoiar as policias, o MP, o MPF e
os órgãos do Poder Judiciário sempre. Contudo, não se pode confundir os
necessários movimentos de combate à corrupção
(que é desejo genuíno de todos nós; desejo de passar a limpo os Poderes,
Instituições e estruturas, públicas e privadas) com a esculhambação dos
princípios fundamentais de Direito, patrocinado pelos “tomás de torquemada de Curitiba”.
Na verdade não se busca apurar fatos e punir os bandidos no “Tribunal do Santo Oficio de Curitiba”, lá está sendo produzido conteúdo para difusão pela mídia partidarizada,
está sendo encenada uma peça cujo roteiro busca criminalizar a política e
colocar sob suspeição a democracia e transformar a imagem de Lula, de maior
presidente da História do país, em um delinqüente, em alguém que usou a
presidência para favorecer os poderosos e para enriquecer. Por lá tentam reescrever
a História, apagando tudo de bom que aconteceu no governo do PT ou reduzindo os
acertos e maximizando os erros.
Alguns dos “tomás de torquemada de
Curitiba” lembram aqueles funcionários da engrenagem
totalitária do livro 1984 de George Orwell que reescreviam os fatos, apagavam
arquivos e gravações para justificar o interesse tutelado no momento, sem
preocupação com a verdade ou com a História.
No “Tribunal do Santo Oficio de Curitiba” o combate à corrupção é apresentado exaustivamente como sendo a única
agenda nacional, em torno da qual o país e o governo federal devem submeter-se,
seriam obrigados a mover-se exclusivamente. Será
que é isso mesmo? Será que o combate à corrupção é a principal ação dos
governos? Penso que não, pois há uma sociedade livre, justa e solidária a ser construída
cotidianamente; temos de garantir o desenvolvimento nacional; é objetivo
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais; assim como promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, isso está
previsto no artigo 3° da Constituição Federal. Além disso, há o combate à
miséria; o permanente combate à inflação; os cuidados com a política
macroeconômica; os necessários investimentos em infra-estrutura; as políticas
públicas no campo da educação, da saúde e da cultura.
Pobres dos “tomás
de torquemada de Curitiba”, serão julgados pela História e terão no futuro
a mesma importância e grandeza dos membros da conhecida “Republica do Galeão” e
serão fonte de vergonha para seus filhos, netos e bisnetos.
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