Por qué no te callas? Foi uma frase dita pelo rei
Juan Carlos da Espanha ao presidente Hugo Chaves durante a XVII Conferência
Ibero-Americana que acontecia no Chile em 2007.
O motivo da malcriação do rei coroado pelo Franquismo foram
as interrupções de Chaves durante a resposta do primeiro-ministro espanhol Jose
Luis Rodriguez Zapatero em defesa do ex-primeiro-ministro José Maria Aznar, a quem Chávez
criticou duramente devido ao suposto apoio de Aznar ao fracassado golpe de
estado contra o presidente Chaves em 2002.
Lanço mão da frase do rei Franquista, jocosamente, pedir
aos Ministros do TCU que se calem, pois o trabalho “técnico” deles acabou com a
entrega do parecer que sugeriu a reprovação das contas de 2014 da Presidente
Dilma Rousseff, não cabe a eles nenhuma critica pública ao senador Gurgacz, pois o trabalho agora é do
congresso. A questão técnica será considerada, mas a questão não é apenas
técnica, nunca foi.
Um registro. Fico espantado ao ver o espaço que o tal Relator das contas de Dilma, Augusto Nardes, ainda tem
na mídia tradicional e não tradicional, afinal esse senhor está envolvido no
escândalo do CARF, por exemplo... O relatório
produzido por investigadores da Operação Zelotes que aponta indícios sérios de
que Augusto Nardes teria recebido R$ 2,6 milhão no contexto do escândalo do CARF;
a Operação Zelotes investiga possíveis fraudes para comprar decisões no
conselho. E o “impoluto” Nardes teria
recebido a quantia de uma empresa de lobby, entre dezembro de 2011 e janeiro de
2012, quando Nardes já era ministro do TCU.
E essa não é a única “arte” de Nardes... O gaúcho João Augusto Ribeiro
Nardes legitimo herdeiro da UDN, foi vereador pela ARENA, deputado estadual
pelo PDS em 1986, e já com a democracia vigente no Brasil, 1990, foi reeleito
pelo PPR, um dos braços da ARENA que tinha como liderança Paulo Maluf; seu
partido se tornou PPB e, depois, o que até hoje é denominado como PP. Por essas
siglas, Nardes foi deputado federal de 1994 a 2005, quando renunciou para
assumir a cadeira no TCU.
Na sua primeira visita como réu
no STF, Nardes foi processado em agosto de 2004 por crime eleitoral, peculato e concussão, por omissão de declaração em
prestação de contas, quando concorreu à deputado federal, na Ação Penal 363. Na
época, o ministro relator Marco Aurélio acatou a sugestão do então
procurador-geral da República, Claudio Fonteles, propondo um acordo com Augusto
Nardes, por não possuir antecedentes criminais, não foi absolvido, foi bem
defendido. Há ainda o alegado envolvimento do ministro do TCU com o Dnit
(Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), mais especificamente
com o esquema de controle e direcionamento de dinheiro público para as obras do
Ministério dos Transportes, tem base no posto assumido por seu irmão, Cajar
Nardes, em 2008, na gerência de projetos do Dnit.
Ou seja, seria bom o Ministro Nardes calar-se e
fazer uma análise de sua própria tragetória e do órgão técnico ao qual ele está
vinculado, pois deve ser incomodo às pessoas de bem conviver com a suspeição
que paira sobre a rápida
ascensão do filho do presidente do TCU Tiago Cedraz, advogado que em menos de
oito anos tornou-se milionário e que até ação da Policia Federal circulava sem
constrangimentos pelos corredores do TCU ao lado de seus clientes famosos.
Ademais,
o argumento do Senador Gurgacz é sério: "é preciso ter cuidado para não criar,
ao se reprovar as contas, uma jurisprudência que possa trazer um engessamento
das administrações públicas nos três níveis: federal, estadual e
municipal", e segue dizendo, "Temos
14 estados que nesse ano não cumpriram a meta fiscal. Estados governados por
vários partidos. Por isso a importância de fazermos um relatório baseado na
legalidade, na Constituição e não só baseado na presidente atual, mas na
condição de gestão dos governos” e eu acrescento, um relatório baseado no
interesse público, pois é sobre esse principio que os demais se sustentam.
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